Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME METABÓLICA EM INDÍGENAS: UMA ANÁLISE DO IMPACTO DA URBANIZAÇÃO EM TRIBOS DO VALE DO SÃO FRANCISCO

Resumo

Introdução: Perfil cardiometabólico das populações indígenas de Pernambuco é pouco conhecido. Objetivo: Descrever o perfil da apresentação de Síndrome Metabólica (SM) entre indígenas da etnia Truká. Métodos: Estudo transversal, analítico, observacional. Entre 2016 e 2017, foram coletados dados antropométricos e laboratoriais relacionados à SM dos indígenas Truká (Ilha de Assunção, Cabrobó, PE) no contexto do estudo PAI. Indivíduos classificados com SM segundo critérios da NCEP ATP III e avaliadas associações entre SM e fatores de risco cardiovascular. Variáveis contínuas comparadas em suas medianas pelo teste t e categóricas em sua frequência pelo qui quadrado. Resultados: 1654 pacientes foram incluídos no estudo, sendo 576 diagnosticados com SM e 1078 sem SM. Do total, 55,62% eram mulheres, representando 62,50% no grupo com SM e 51,95% no grupo sem SM (OR 1,54; p < 0,001). SM apresentou maior tendência no grupo com maior idade (mediana de 47 anos IIQ 23 vs 34 anos IIQ 21,75; p < 0,001) e também entre idosos (≥ 60 anos) 60,26% com SM e 39,74% sem SM (OR 3.42; p < 0,001). Mulheres com SM: maior prevalência de obesidade (67,49% vs 32,51%; p = 0,015); bem como tabagismo (62,64% vs 37,36%; p = 0,976); dislipidemia (63,02% vs 36,98%; p = 0,242); diabetes mellitus (61,14% vs 38,86%; p = 0,657); doença renal crônica (72,34% vs 27,66%; p = 0,031); HDL baixo (63,17% vs 36,83%; p = 0,492); hipertensão (61,27% vs 38,74%; p = 0,023); circunferência de cintura (76,06% vs 23,94%; OR 6,93; p < 0,001); triglicérides elevados (56,86% vs 43,14%; OR 0,27; p < 0,001); IMC (mediana 30,25 kg/m² IIQ 7,25 vs 29,35 kg/m² IIQ 6,10; p = 0,002); microalbuminúria (5.70 mg/g IIQ 7,25 vs 4,10 mg/g IIQ 5,18; p < 0.001); colesterol total (221 mg/dl IIQ 66,25 vs 212 mg/dl IIQ 56,75; p = 0,092); LDL (135,70 mg/dl IIQ 58,80 vs 129.10 mg/dl IIQ 50,65; p = 0,008). Homens com SM: maiores valores para tempo total de etilismo (15 anos IIQ 20 vs 10 anos IIQ 15; p < 0,001); creatinina sérica (1,04 mg/dl IIQ 0,17 vs 0,88 IIQ 0,19 ; p < 0,001); triglicérides (218,5 mg/dl IIQ 137,75 e 178,0 mg/dl IIQ 111,25; p < 0.001); circunferência da cintura (100 cm IIQ 15 e 95 cm IIQ 12; p < 0.001). Homens apresentaram HDL inferior no grupo com SM (35,80 mg/dl IIQ 7,45 e 43,20 mg/dl IIQ 10,25; p < 0.001). Conclusão: Entre os indígenas Truká, encontramos elevada prevalência de SM, principalmente entre mulheres mais idosas, bem como alto perfil de risco cardiometabólico em ambos os sexos.

Palavras Chave

Síndrome Metabólica; Saúde de Populações Indígenas; Urbanização

Área

ATEROSCLEROSE / FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES / PREVENÇÃO CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

MATHEUS PEREIRA BARREIRA, CARLOS DORNELS FREIRE DE SOUZA, ENZO LOANDOS OLIVEIRA, JEOVÁ CORDEIRO DE MORAIS JÚNIOR, VANESSA CARDOSO PEREIRA, RODRIGO FELICIANO DO CARMO, ANTÔNIO MARCONI LEANDRO DA SILVA, ANDERSON DA COSTA ARMSTRONG