Dados do Trabalho


Título

Perfil epidemiológico de pacientes pediátricos com cardiopatias congênitas que foram submetidos à intervenção terapêutica em um hospital estadual

Resumo

Introdução: As cardiopatias congênitas (CC) representam a causa mais comum de malformação congênita: a cada mil recém-nascidos, dez nascem com algum tipo de CC. Podem ser classificadas como leves, moderadas ou graves, as primeiras tendem a ser assintomáticas, já as últimas, as quais são, majoritariamente, cardiopatias cianóticas e dependentes do canal arterial, se não reconhecidas e tratadas, podem evoluir para óbito, sendo assim, precisam de algum tipo de intervenção, como cateterismo terapêutico ou cirurgia. No Brasil, o tratamento ainda permanece abaixo do ideal para grande parcela da população, dessa forma, apesar de avanços no manejo pré e pós-diagnóstico de CC, muitas crianças ainda são tardiamente diagnosticadas e/ou tratadas, o que deteriora o prognóstico. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico de pacientes com CC que foram submetidos a intervenção num hospital estadual. Métodos: estudo observacional, longitudinal, retrospectivo e unicêntrico com crianças com CC que foram submetidas a cirurgia cardíaca ou a cateterismo terapêutico durante o ano de 2023. Resultados: 82 crianças com CC foram submetidas a alguma intervenção, sendo 46,3% a cateterismo terapêutico. 36,6% possuíam menos de 28 dias e 14,6% tinham idade igual ou superior a 6 anos. 59,8% eram do gênero feminino. Quanto ao diagnóstico de cardiopatia congênita, as mais comuns foram: persistência do canal arterial (36,1%), comunicação interventricular (19,3%), comunicação interatrial (18,1%), atresia pulmonar (18%) e estenose pulmonar (8,4%). Em relação a outras comorbidades, 62,7% não possuía nenhuma outra, no entanto, 24,1% apresentavam síndromes genéticas, destas 60% eram Síndrome de Down e 10% de Edwards. No que concerne à complexidade, 47,9% eram de alta complexidade, ao passo que, no tocante à medida do Índice Pediátrico de Mortalidade (PIM-2), isto é, índice usado para prever o risco de morte de pacientes pediátricos internados em unidades de terapia intensiva, a média foi de 11,63% (com variação de 0,30% a 92,70%). Quanto ao desfecho, após o período de internação na unidade de terapia intensiva, 48,8% retornaram para os hospitais de origem, 40% voltaram para o domicílio e 2,5% evoluíram para óbito. Conclusão: Os pacientes submetidos à intervenção eram principalmente de lactentes e pré-escolares, com predomínio do gênero feminino. Houve preponderância de cardiopatias acianóticas, no entanto, os óbitos ocorridos estavam associados a cardiopatias cianóticas ou a síndromes genéticas.

Palavras Chave

Cardiopatia Congênita; cirurgia cardíaca; cateterismo terapêutico

Área

CARDIOLOGIA CONGÊNITA E PEDIÁTRICA

Categoria

Iniciação Científica

Autores

JÚLIA FERREIRA ROCHA, JESSICA DE CÁSSIA DOS SANTOS PELOSO, INGRID APARECIDA MESQITA LIMA, MICHELE PELLISARI VIANA GHISI, JORGE EMILIO ELIJACH JÚNIOR, CAMILA GOMES SILVEIRA, CELIA MARIA CAMELO SILVA