Dados do Trabalho


Título

Intervenções coronarianas percutâneas rotineiramente executadas via transradial distal: experiência de “mundo real” com 6.770 pacientes do registro DISTRACTION (DIStal TRAnsradial access as default for Coronary angiography and intervenTIONs).

Resumo

Racional: O acesso arterial transradial distal (dTRA) apresenta, em relação ao seu correspondente proximal (pTRA), vantagens como maior conforto a pacientes (pcts) e operador, menos sangramentos, hemostasia mais rápida e substancial redução no risco de oclusão da artéria radial proximal.

Objetivos: descrever a exequibilidade e segurança do dTRA como via de escolha para cinecoronariografias (CINE) e/ou intervenções coronarianas percutâneas (ICP) rotineiras.

Métodos: de fevereiro de 2019 a março de 2024, 6.770 (all-comers) pcts consecutivos submetidos a CINE e/ou ICP via dTRA foram incluídos no DISTRACTION (DIStal TRAnsradial access as default for Coronary angiography and intervenTIONs), o primeiro registro prospectivo brasileiro a avaliar o dTRA como via padrão para CINE e ICP.

Resultados: As tabelas expõem as características destes 6.770 pcts e dos procedimentos executados. A média de idade da amostra foi 63,7±17.7 anos, com maioria de gênero masculino (65,1%) e hipertensão arterial sistêmica (76,8%). Síndromes coronarianas agudas prevaleceram (52,8%), 35,9% tiveram síndromes coronarianas crônicas e 169 (2,5%) pcts se apresentaram ao cath lab em status de choque cardiogênico. Houve apenas 133 (2%) “access site crossovers”, sendo, em sua maioria, para o pTRA ipsilateral (61,7%). Logrou-se inserção bem-sucedida do sheath via dTRA em 6.652 (98,3%) pcts, mormente (93%) via dTRA direito, com sheaths 6Fr (96,6%) e hemostasia com compressor hemostático padrão (97,1%). Repetição de dTRA ipsilateral (redo dTRA) se deu em 923 (13,6%) pcts; dTRA esquerdo foi usado em 409 (6%) e dTRA bilateral simultâneo, em 45 (0,7%) pcts. Em 4.035 (59,6%) pacientes, procedeu-se a ICP, sendo a artéria descendente anterior (e/ou seus ramos diagonais) o território-alvo mais prevalente (28,7%) e ICP de oclusões totais crônicas em 156 (2,3%) pcts. Não houve qualquer documentação de oclusão da artéria radial. Caso isolado de pseudoaneurisma pós-dTRA direito foi resolvido com compressão prolongada, guiada por USG Doppler, com o TR band®. Não ocorreram eventos adversos cardíacos ou cerebrovasculares, bem como outras complicações maiores relacionadas à via de acesso.

Conclusões: O uso rotineiro, por operadores experientes, do dTRA como padrão para CINE e/ou ICP em pcts de mundo real parece ser exequível e seguro, configurando-se como refinamento da clássica via pTRA, no afã de se dirimirem as complicações vasculares e de se preservar a artéria radial para uso futuro.

Palavras Chave

distal transradial access; coronary procedures; registry

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

Categoria

Pesquisador

Autores

MARCOS DANILLO OLIVEIRA, ADRIANO CAIXETA