Dados do Trabalho


Título

Intervenções diagnósticas e terapêuticas via transradial distal em vasos nativos e enxertos cirúrgicos de pacientes pós-cirurgia de revascularização miocárdica: dados do registro DISTRACTION.

Resumo

Racional: A cineangiografia (CINE) e as intervenções coronarianas percutâneas (ICP) das artérias coronárias nativas e dos enxertos cirúrgicos têm sido historicamente realizadas pela clássica via transfemoral. Particularmente para os pacientes com enxerto de artéria mamária interna esquerda (AMIE), o acesso transradial esquerdo proximal (lpTRA) representa uma alternativa viável, com menos complicações vasculares, mas apresenta desvantagem ergonômica para o operador, devido à necessidade de se curvar sobre os pacientes, principalmente nos obesos. O acesso transradial distal (dTRA) oferece vantagens importantes, incluindo mais célere hemostasia e maior conforto do paciente e do operador, principalmente para o dTRA esquerdo (ldTRA).

Objetivos: descrever nossa experiência usando o dTRA como via de escolha preferencial para a execução rotineira de CINE e/ou ICP em vasos nativos e enxertos cirúrgicos de pacientes com histórico de cirurgia de revascularização miocárdica (CRM).

Métodos: analisaram-se os dados de 238 pacientes consecutivos pós-CRM submetidos a CINE e/ou ICP via dTRA, de fevereiro de 2019 a março de 2024, incluídos no registro DISTRACTION (DIStal TRAnsradial access as default approach for Coronary angiography and intervenTIONs, ensaiosclinicos.gov.br Identificador: RBR-7nzxkm).

Resultados: A média de idade dos pacientes foi 68,1±8,2 anos, em sua maioria homens (81,5%), diabéticos (64,3%), com ICP prévia (55%) e síndromes coronarianas crônicas (52,9%). Todos os procedimentos envolvendo enxertos de AMIE foram executados via ldTRA (58,8% de toda a casuística). Em 68% dos paciente procedeu-se a ICP, sendo a artéria circunflexa o território-alvo mais comum (21,8%). Predominaram sheath 6Fr (95,8%) e hemostasia por compressor hemostático padrão (97,5%). Houve apenas 10 (4,2%) crossovers de via de acesso, metade dos quais para a via transradial proximal. Não se registraram eventos cardíacos e cerebrovasculares adversos maiores ou qualquer complicação relacionada ao dTRA.

Conclusões: a incorporação do dTRA como via de escolha preferencial para a execução rotineira de CINE e/ou ICP em vasos nativos e enxertos cirúrgicos de pacientes pós-CRM, por operadores proficientes, parece ser exequível e segura. Ensaios robustos e randomizados são necessários e esperados para se ratificarem os benefícios clínicos e a segurança desta nova técnica.

Palavras Chave

post-CABG; distal transradial access; coronary procedures

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

Categoria

Pesquisador

Autores

MARCOS DANILLO OLIVEIRA, ADRIANO CAIXETA