Dados do Trabalho


Título

Menopausa: Terapia de Reposição Hormonal e seus Efeitos Cardiovasculares

Resumo

INTRODUÇÃO: A maior incidência de doenças cardiovasculares (DCVs) na peri e pós-menopausa relaciona-se à insuficiência ovariana e ao hipoestrogenismo. A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) vem sendo amplamente discutida para controle dos sintomas da menopausa e para proteção cardiovascular (CV). Quando iniciada em tempo oportuno, mostrou-se capaz de reduzir a mortalidade e a ocorrência de DCVs. OBJETIVOS: Revisar os benefícios cardioprotetores do uso da TRH e sua influência na redução de DCVs na menopausa. MÉTODOS: Realizou-se uma revisão bibliográfica nas bases PubMed/MEDLINE e SciELO, com os descritores “sistema cardiovascular” e “terapia de reposição hormonal". Dos 82 artigos encontrados, selecionaram-se 8 publicações em inglês e português, entre 2012 e 2024, incluindo-se aquelas cuja temática contemplasse o tema proposto. RESULTADOS: Mulheres em idade fértil possuem fatores cardioprotetores, como o estrogênio, que age sobre o endotélio vascular e estimula a produção de óxido nítrico e vasodilatação; além de reduzir fatores inflamatórios. Apesar do hipoestrogenismo na menopausa elevar os riscos de DCVs, há controvérsias quanto à TRH e aos benefícios CV. Alguns estudos correlacionaram negativamente a TRH com estrogênio e a incidência de DCVs, como infarto agudo do miocárdio (IAM) e trombose venosa profunda (TVP). Estudos iniciais, como o Women’s Health Initiative, indicavam maior risco de DCVs e maior mortalidade após o uso de TRH. Porém, evidências posteriores atribuíram tais resultados ao início tardio da TRH entre as pacientes do estudo (média de 63 anos de idade) e o tempo de pós-menopausa. Corroborando tais evidências, estudos atuais reforçaram os benefícios da TRH no sistema CV quando administrada precocemente, após início da menopausa, no período da “Janela de Oportunidade”, reforçando que os efeitos cardioprotetores ocorrem apenas nos primeiros 10 anos de menopausa e que, depois, os riscos de DCVs são maiores. O Danish Osteoporosis Prevention Study, um estudo controlado, mostrou que, após 10 anos de uso, usuárias de TRH tiveram risco muito menor de mortalidade, IAM e insuficiência cardíaca, sem nenhum aumento no risco de câncer, TVP ou acidente vascular cerebral. CONCLUSÃO: Os benefícios CV resultantes da TRH dependem de vários fatores, como tempo de menopausa, idade da paciente e suas indicações formais, que devem ser individualizadas para cada paciente, a fim de se obter os efeitos cardioprotetores e reduzir os riscos de DCVs entre as usuárias.

Palavras Chave

Terapia de Reposição Hormonal; Hipoestrogenismo; “Doenças cardiovasculares”

Área

CARDIOLOGIA DA MULHER

Categoria

Iniciação Científica

Autores

ISABELLA CAROLINE DE FREITAS DOMINGOS, ISABELLA FERREIRA COLOMIETZ, ⁠CATARINA RIBEIRO BOTELHO DE SOUSA TRONCHA, FELIPE SILVA MONTEIRO, LETÍCIA DA COSTA VIEIRA, ANTOINETTE OLIVEIRA BLACKMAN