Dados do Trabalho


Título

Prevalência e impacto do prognóstico da fração de ejeção reduzida em pacientes com síncope de origem indeterminada: uma coorte histórica

Resumo

INTRODUÇÃO:A síncope corresponde a aproximadamente 3% das queixas em atendimentos de emergência e até 6% das admissões hospitalares, sendo que mesmo com a utilização de exames complementares, em até 50% dos casos não há elucidação clara para a sua etiologia. Sendo assim, o manejo da síncope de origem inexplicada (SOI) envolve uma série de fatores a serem investigados, principalmente para identificação de risco para morte súbita cardíaca (MSC), na qual a fração de ejeção (FE) ventricular é a variável que isoladamente apresenta a correlação mais forte até o momento. OBJETIVOS: Analisar a prevalência da FE reduzida e a sua relação com mortalidade total e/ou terapia adequada por cardiodesfibrilador implantável (CDI) em uma coorte de pacientes com SOI submetidos a EEF em um hospital terciário em Porto Alegre. MÉTODOS: Retrospectivamente, foram avaliados 574 pacientes com SOI encaminhados para realização de EEF entre os anos de 2008 a 2021. Os dados foram obtidos dos prontuários eletrônicos e através de contato telefônico para obter informações sobre a ocorrência de óbito fora do hospital. A fração de ejeção foi obtida a partir de dados do ecocardiograma, de forma que 145 pacientes foram excluídos por ausência desse exame e o N final foi de 429. Na análise dos resultados, foi utilizado o teste T independente conforme normalidade de distribuição das variáveis. O estudo foi aprovado pela comissão de ética e pesquisa da instituição. RESULTADOS: Dos 429 pacientes com FE disponível, 79 (18,41%) apresentaram FE reduzida (FE menor que 40%) e 137 (31,93%) apresentaram FE reduzida ou levemente reduzida (FE menor que 50%). No seguimento, 87 (20,27%) pacientes morreram e/ou receberam terapia apropriada pelo CDI; desses, 35 apresentaram FE reduzida (40,23%). Além disso, a média da FE dos pacientes que morreram e/ou receberam terapia apropriada pelo CDI foi de 47,56%, enquanto a média da FE dos pacientes que não apresentaram esses desfechos foi de 59,46%, com um valor de p<0,001, indicando diferença estatisticamente significativa. CONCLUSÕES: Os resultados do estudo corroboram alguns dados atuais da literatura, demonstrando que os pacientes com SOI e FE reduzida apresentam maior risco de eventos adversos, de forma que é possível estabelecer uma correlação estatisticamente significativa entre FE reduzida e um pior prognóstico nesses pacientes.

Palavras Chave

Síncope; Fração de Ejeção Reduzida

Área

ARRITMIAS CARDÍACAS/ ELETROFISIOLOGIA/ ELETROCARDIOGRAFIA

Categoria

Iniciação Científica

Autores

LUISA ROHR SCHAFER, TIAGO LUIZ LUZ LEIRIA , HELENA GUEDES DA ROCHA, EMANUELLA LARZO TARZO DE MEDINA COELI, ARTHUR CALLEGARI ESCOBAR, VINICIUS KAYSER, EDUARDA PAIVA BORSA, VITOR AGNE MAGNUS, BRUNO SCHAAF FINKLER, FELIPE DELLA BARBA DE JESUS, PEDRO DUTRA BATISTA , MARINA LUIZA HARTMANN