Dados do Trabalho
Título
Resultados da troca valvar mitral e da plastia valvar mitral em longo prazo: estudo de coorte prospectivo com seguimento clínico de nove anos
Resumo
Fundamento: a cirurgia mitral continua sendo amplamente realizada em todo o mundo e, mesmo assim, com as várias décadas acumuladas de conhecimento sobre a cirurgia, ainda existem dúvidas relacionadas com a durabilidade do procedimento, principalmente em relação à plastia mitral (Noak. Herz, 2016 Feb;41(1):10-8). Objetivos: Analisar e comparar os resultados em longo prazo da troca valvar mitral e da plastia valvar mitral. Métodos: Coorte prospectiva com 257 pacientes submetidos a cirurgia mitral entre 2010 e 2023. Todos os pacientes incluídos neste estudo tinham diagnóstico de insuficiência mitral e pacientes com endocardite ativa foram excluídos. Os pacientes foram divididos em dois grupos de estudo: Troca Mitral (N = 213) e Plastia Mitral (N = 44). Foram analisadas 32 variáveis, incluindo: características basais, características operatórias e desfechos. Para realizar as comparações entre os grupos foram utilizadas técnicas estatísticas univariadas e multivariadas. Também foi utilizada análise de sobrevida de Kaplan-Meier para comparar os procedimentos em longo prazo. Resultados: os grupos apresentaram grande homogeneidade em relação as características basais, características operatórias e desfechos. Nenhuma variável apresentou diferença estatística significativa na comparação entre os grupos. As taxas de reoperação mitral em longo prazo foram de 1,9% no grupo de troca mitral e nenhuma reoperação (0%) foi registrada no grupo de plastia mitral (p = 1,000). De forma similar, a taxa de mortalidade em longo prazo foi de 16,4% no grupo troca mitral e de 11,4% no grupo plastia mitral (p = 0,399). Por meio das análises de sobrevida, foi possível observar que as estimativas de liberdade de nova intervenção mitral em nove anos foram de 95,9% para o grupo troca mitral e de 97,2% para o grupo plastia mitral (p>0,05). A sobrevida estimada em nove anos também foi similar entre os dois grupos, enquanto o grupo troca mitral apresentou sobrevida estimada de 80,4%, o grupo plastia mitral apresentou sobrevida estimada de 82,9% (p>0,05). Conclusão: foi possível observar que as incidências de desfechos em longo prazo foram similares, de forma que as taxas de liberdade de nova intervenção e de sobrevida foram praticamente idênticas nos dois grupos cirúrgicos, evidenciando que, ao menos, na coorte estudada, ocorreu uma equivalência da durabilidade dos procedimentos analisados.
Palavras Chave
Insuficiência Mitral; Cirurgia Mitral; Seguimento Clínico
Área
CIRURGIA CARDIOVASCULAR
Categoria
Pesquisador
Autores
ÁLVARO RÖSLER, JONATHAN FRAPORTTI, VINICIUS WILLY PREDIGER, GUSTAVO SIMÕES FERREIRA, ESTEVAN LETTI, MARCELA DA CUNHA SALES, FERNANDO LUCCHESE