Dados do Trabalho


Título

Resultados em longo prazo do implante valvar aórtico transcateter: estudo de coorte com seguimento clínico de onze anos

Resumo

Fundamento: o TAVI é um procedimento já bastante consolidado para o tratamento de estenose aórtica e está amplamente difundido em todo o mundo. No entanto, estudos que avaliam os resultados do procedimento em longo prazo não são frequentes e, em nosso meio, são praticamente inexistentes (Dayan. BJCVS, 36(4):584-586, 2021). Objetivo: avaliar os resultados em longo prazo do TAVI e identificar possíveis diferenças entre as duas abordagens mais utilizadas (transapical e transfemoral). Métodos: Coorte prospectiva com 178 pacientes submetidos ao TAVI entre 2009 e 2023. Inicialmente os pacientes foram divididos em dois grupos de estudo de acordo com a abordagem: Transfemoral (N = 129) e Transapical (N = 49). Foram analisas características basais, operatórias, desfechos perioperatórios e desfechos em longo prazo por meio de técnicas estatísticas univariadas. Posteriormente, a inferência seguiu com análises de sobrevida (Kaplan-Meier), teste de Breslow e regressão de Cox. Resultados: Os pacientes do grupo transapical apresentaram um perfil de gravidade mais elevado do que os pacientes do grupo transfemoral. Com relação aos desfechos, eventos cardiovasculares e cerebrovasculares graves (24,5% vs 10,1%; p=0,013) e óbito perioperatório apresentaram incidências hospitalares mais elevadas no grupo transapical (16,3% vs 5,4%; p=0,031). A mortalidade em longo prazo também foi significativamente mais elevada no grupo transapical (67,3% vs 17,1%; p < 0,001). Ao realizar as análises de sobrevida foi possível verificar que a sobrevida estimada em 11 anos para o grupo transapical foi de 29,9% e para o grupo transfemoral foi de 69,8% (p < 0,001). Por fim, por meio da regressão de Cox foi possível observar que com os fatores de risco devidamente ajustados, a abordagem transapical foi preditor de risco independente para a redução do tempo de sobrevida dos pacientes (OR=3,1; IC95% = 1,7 – 5,5; p<0,001). Conclusão: Os pacientes transapicais apresentaram prevalências mais elevadas em diversas comorbidades importantes e, desta forma, apresentaram um perfil de gravidade mais elevado. Este padrão se refletiu nos resultados perioperatórios e nos desfechos em longo prazo. Adicionalmente, por meio de análise multivariada ajustada foi possível confirmar que a abordagem transapical impacta de forma independente na redução do tempo de sobrevida dos pacientes.

Palavras Chave

TAVI; Seguimento Clínico; longo prazo

Área

CIRURGIA CARDIOVASCULAR

Categoria

Pesquisador

Autores

ÁLVARO RÖSLER, VINICIUS WILLY PREDIGER, GUSTAVO SIMÕES FERREIRA, JONATHAN FRAPORTTI, MARCELA DA CUNHA SALES, FERNANDO LUCCHESE