Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME DE WOLFF-PARKINSON-WHITE COM VIA ACESSÓRIA POSTERIOR DIREITA EPICÁRDICA DE ALTO RISCO: RELATO DE CASO.

Resumo

Introdução: A síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) consiste na presença de via acessória evidente, resultando na chamada pré-excitação, em combinação com taquiarritmias geralmente recorrentes. Pacientes com vias acessórias de alto risco apresentam variáveis ao estudo eletrofisiológico (EEF) que incluem: intervalo RR pré-excitado ≤250 ms, período refratário ≤250 ms, vias múltiplas e uma taquicardia induzível mediada por via acessória no estado basal ou durante a infusão de isoproterenol. A ablação por cateter de radiofrequência (RF) é o tratamento de escolha, apresentando alta taxa de sucesso.
Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 28 anos, com diagnóstico aos 16 anos de síndrome de Wolff-Parkinson-White, compareceu à consulta sintomático e relato de duas tentativas prévias de ablação em outro serviço. Encaminhado ao EEF que evidenciou uma via acessória de condução bidirecional, com período refratário < 250ms (Fig. 1), e episódio de fibrilação atrial pré-excitada. Foi realizado o mapeamento endocárdico de anel tricuspídeo, veia cardíaca media e anel mitral sendo observado melhor intervalo AV na região posterior direita (precocidade de até 35ms e padrão QS no unipolar). Aplicado pulsos de RF na região, mas sem sucesso. Devido as falhas nas ablações endocárdicas e paciente portador de pré-excitação ventricular com características de alto risco, optado por nova tentativa de procedimento com abordagem epicárdica. Realizado acesso ao espaço pericárdico por técnica convencional. O mapeamento através do sulco atrioventricular confirmou a localização da via posterior direita epicárdica (Fig. 2). Realizada coronariografia, afastando relação de proximidade das artérias coronárias com a via. Aplicados pulsos de RF que resultaram na eliminação da condução pela via acessória após 4 segundos (Fig. 1). Testes com adenosina e estimulação ventricular confirmaram bloqueio AV e VA. No acompanhamento ambulatorial pós alta, o paciente apresenta-se assintomático do ponto de vista cardiovascular e eletrocardiograma sem evidência de pré-excitação.
Conclusão: As vias anômalas epicárdicas são raras e uma abordagem epicárdica percutânea deve ser considerada quando, em pacientes de alto risco, o mapeamento endocárdico não consegue identificar um alvo de ablação adequado ou se a ablação do melhor local não for bem-sucedida. Esse procedimento é considerado seguro e eficaz.

Palavras Chave

Síndrome de Wolff-Parkinson-White; via acessória epicárdica

Arquivos

Área

ARRITMIAS CARDÍACAS/ ELETROFISIOLOGIA/ ELETROCARDIOGRAFIA

Categoria

Pesquisador

Autores

FERNANDA BORGES CAVALET, BRUNNA SOUZA SARAIVA, FABIANA GALLO, RAFAEL CAMPOS OLIVEIRA, GABRIELA GALLO, HUGO BELLOTTI LOPES, ALESSANDRO FELIPE ARANTES, AGUINALDO F. FREITAS JUNIOR