Dados do Trabalho
Título
Cardiomiopatia Hipertrófica Apical Associada a ponte miocárdica
Resumo
INTRODUÇÃO A cardiomiopatia hipertrófica apical (CHA), a síndrome de Yamaguchi, é uma variante de cardiomiopatia hipertrófica, que acomete a região apical do ventrículo esquerdo (VE), e possui maior prevalência na população japonesa (15-25%) que na ocidental (1-3%). As alterações hemodinâmicas levam a um quadro clínico variável (assintomáticos a sintomáticos graves). Outra forma de apresentação é a ponte miocárdica, descrita por Partanen e colaboradores em paciente de 47 anos, com extensa contração segmentar na artéria descendente anterior (ADA) após o 1º ramo diagonal, tendo evoluído com formação de aneurisma apical. A investigação da CHA inclui eletrocardiograma (ECG), ecocardiograma transtorácico (ECOT) e ressonância magnética. Geralmente, a CHA apresenta evolução benigna. Uma pequena parcela dos pacientes pode evoluir com complicações cardiovasculares (arritmias, aneurismas apicais, hipertensão pulmonar e morte súbita). A CHA é uma entidade subdiagnosticada, com espectro clínico amplo, imprevisível e com potencial de morte súbita. O presente relato de caso tem o objetivo de ratificar a importância do diagnóstico precoce e a discussão sobre a doença. DESCRIÇÃO DO CASO Paciente masculino, 58 anos, caucasiano, comparece ambulatório de cardiologia para seguimento de rotina, após cirurgia de revascularização de ponte miocárdica (2012), devido angina refratária, com implante enxerto arterial para ADA, e sem seguimento clínico há 03 anos. Ao exame físico, apresentava-se sem alterações, clinicamente estável e assintomático. O ECG evidenciou ondas “T” invertidas e profundas (>10mm) em derivações precordiais e sinais de sobrecarga ventricular esquerda (Figura 1). O ECOT revelou relevante espessura miocárdica apical com formato em “naipe de espada”, ausência de obstrução dinâmica em via de saída em repouso no VE e função diastólica normal (Figura 2). Após longa discussão do caso, concluímos tratar-se de uma CHA com repercussão hemodinâmica na forma de ponte miocárdica. CONCLUSÃO A CHA possui uma história natural variável, podendo ocorrer em qualquer fase da vida. Poucos são os relatos de casos da forma apical que evoluíram com síndrome coronariana, sem ou com aterosclerose associada. O paciente neste relato evoluiu sem sintomas anginosos após tratamento cirúrgico, porém ainda segue com risco residual relacionado a CHA. Logo, por se tratar de uma síndrome rara, com possíveis desfechos fatais, torna-se crucial a difusão e discussão do tema.
Palavras Chave
cardiopatia hipertrófica; cardiopatia hipertrófica apical; ponte miocárdica.
Arquivos
Área
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE
Categoria
Pesquisador
Autores
MARINA BRAGA RODRIGUES CORREIA, TIAGO RODRIGUES POLITI, MARIANA VANTINI SOARES