Dados do Trabalho


Título

Hemoptise aguda pós-herniorrafia inguinal associada a múltiplas dissecções e aneurismas da aorta em tratamento para Arterite de Takayasu: Relato de caso

Resumo

INTRODUÇÃO: A hemoptise, caracterizada pelo sangramento durante a tosse, pode estar associada a diversas condições patológicas benignas ou malignas do trato respiratório e gastrointestinal. A investigação de sua etiologia leva em conta a estabilidade clínica do paciente e fatores como idade, sexo, raça, hábitos de vida e histórico médico pregresso. Dentre as vasculites, a Arterite de Takayasu se destaca pelo acometimento dos grandes vasos, apesar das divergências epidemiológicas. Neste relato, descrevemos um caso de hemoptise aguda e episódios recorrentes após herniorrafia inguinal em um paciente em prova terapêutica para arterite de Takayasu. RELATO DE CASO: Um homem de 67 anos desenvolveu hemoptise aguda volumosa e instabilidade hemodinâmica após cinco dias da alta hospitalar de uma herniorrafia inguinal esquerda eletiva. Classificado como ASA II no pré-cirúrgico, um estudo de Angio-TC revelou dissecção aórtica Stanford B, sem evidência de hemorragia abdominal. Submetido à endoprótese endovascular na aorta torácica, temporariamente estabilizou seu quadro hemodinâmico, porém a hemoptise recorreu em menos de um mês. Investigação subsequente, ao longo de quase dois anos, apontou hemoptise de origem indeterminada, com múltiplos casos de aneurismas e dissecções de aorta, além de endoleaks relatados em angiotomografia computadorizada, e a identificação da variante tronco bovino. Apesar de três novas intervenções cirúrgicas com endopróteses endovasculares, a origem do sangramento permaneceu indefinida após exames detalhados. A endoscopia digestiva alta não revelou lesões sangrantes, enquanto a broncoscopia encontrou coágulos e sangramentos nas bases pulmonares, sem localização precisa. Diante da persistência dos sintomas, iniciou-se uma prova terapêutica com metotrexato para arterite de Takayasu, porém os episódios de hemoptise persistiram, com relato de um novo endoleak em janeiro de 2024. CONCLUSÃO: Apesar da extensa investigação, a causa subjacente permanece incerta. A abordagem terapêutica foi multidisciplinar, incluindo o uso de metotrexato para arterite de Takayasu como medida exploratória. Lacunas no entendimento e manejo desses casos destacam a necessidade de mais pesquisas para esclarecer as causas subjacentes e desenvolver estratégias terapêuticas mais eficazes.

Palavras Chave

VASCULITE; HEMOPTISE; ARTERITE DE TAKAYASU

Arquivos

Área

CARDIOINTENSIVISMO / EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES

Categoria

Pesquisador

Autores

JOSIAS CORREA NETO, PAULO CESAR SILVA LEMOS, LEONARDO MAGALHAES SANTOS, TATIANA TEIXEIRA DE CASTRO CARVALHO BECKEMKAMP, ALINE VIEIRA PONTES, HARBI AMJAD NABIH OTHMAN, LORENA DE OLIVEIRA TANNUS, JULIA KAROLINNE DE SOUSA TEIXEIRA, SERGIO MENDES DUTRA, KARLLOS JÚLIO DA SILVA LINHARES, MARTHA REGINA SILVA BRITO LINHARES, NAYARA JAROLINE DE SOUSA SÁ