Dados do Trabalho


Título

PACIENTE COM DOR TORÁCICA TÍPICA E SUPRA DE ST DE V2-V5, PORTADOR DE DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA DESCENDENTE, COM AVALIAÇÃO INICIAL CONJUNTA POR TELEMEDICINA - UM RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO
 
A SCA é dividida em angina instável, IAMSST e IAMCST. Neste último, existem dois tratamentos possíveis: trombólise e angioplastia primária. A trombólise é realizada idealmente nos primeiros 10 minutos de admissão, quando não há sala de hemodinâmica disponível, ou quando o tempo de transferência para um local que possua hemodinâmica seja maior do que 2 horas. Dessa forma, o tratamento de escolha é a angioplastia primária, quando possível.
 
Existem algumas contraindicações absolutas à realização da trombólise, e uma delas é a dissecção de aorta. Nesta patologia, caso o acometimento da aorta seja na porção ascendente, é possível verificar no ECG alteração compatível com supra do segmento ST, sendo necessário um alto grau de suspeição do(a) médico(a) assistente quanto ao diagnóstico (IAMCST x dissecção de aorta).
 
Descreveremos um caso de paciente com dor torácica típica e supra de ST, submetido a tratamento trombolítico no estado do Piaui, orientado por Telemedicina.
 
DESCRIÇÃO DO CASO
 
Paciente de 40 anos, masculino, hígido, apresentou dia 04/03/24 dor precordial intensa, em pontada, com duração superior a 20 minutos e sudorese. ECG evidenciou supra de ST de V2-V5, T plus minus. Devido suspeita de IAMCST, foi submetido à trombólise, apresentando melhora da dor. Foi transferido a hospital terciário para realizar cateterismo cardíaco. À sua admissão, possuía ecocardiograma externo sugerindo dissecção de aorta, e por este motivo foi solicitado novo eco, que não evidenciou dissecção; contratilidade normal e FEVE 75%, sem derrame pericárdico. Realizou angioTC que evidenciou dissecção de aorta descendente até a artéria ilíaca comum direita. Sem acometimento da ascendente. Portanto, houve o questionamento se haveria DAC associada, pois a porção ascendente da aorta não foi acometida para justificar o supra de ST ao ECG. Foi realizada angiotomografia de coronárias, que evidenciou coronárias sem nenhuma lesão, escore de cálcio zero, e confirmou a ausência de dissecção em aorta ascendente e calibre normal.
 
 
CONCLUSÃO
 
Descrevemos o caso de paciente com dissecção de aorta sem acometimento de aorta ascendente, que apresentou supra de ST ao ECG e por isso, após avaliação inicial orientada por telemedicina, foi trombolisado. Isso deixa um alerta sobre as limitações da telemedicina no atendimento aos pacientes graves, bem como a necessidade de exames complementares mais acurados em situações selecionadas (a exemplo da angioTC de aorta e coronárias).

Palavras Chave

DISSECÇÃO DE AORTA; infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento de segmento ST; trombólise

Arquivos

Área

DOENÇA CORONÁRIA AGUDA E CRÔNICA / TROMBÓLISE

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

AMANDA SOBREIRA DE BRITO, LAÍSA ALLEN GOMES DE SOUSA, CRISTIANE VIEIRA AMARAL, PAULO MATHEUS DE OLIVEIRA ARAUJO, OTÁVIA VERÍSSIMO MELO E SILVA, CAMILA CAMARÇO BATISTA MARTINS