Dados do Trabalho


Título

Coração da Amazônia: Análise epidemiológica e disparidades estaduais na revascularização miocárdica no Norte do Brasil (2018-2022)

Resumo

Introdução: A cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM) é essencial para restaurar a perfusão coronariana em pacientes com doença arterial coronariana (DAC) avançada, especialmente significativa na região Norte do Brasil, dada a alta prevalência de fatores de risco cardiovascular e acesso restrito a cuidados de saúde.
Objetivo: Identificar e analisar o perfil epidemiológico e cirúrgico dos pacientes submetidos à CRVM na região Norte do Brasil entre 2018 e 2022, comparando entre unidades federativas, e avaliando os custos associados.
Métodos: Estudo seccional, retrospectivo e descritivo utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde de 2018 a 2022. As variáveis analisadas incluíram dados sociodemográficos, características das internações e procedimentos, desfechos, custos, e etiologia principal. Análise estatística realizada com SPSS.
Resultados: Entre 2018 e 2022, foram realizadas 3.754 CRVMs na região Norte do Brasil, com um pico em 2022, representando 23,6% do total. A idade média dos pacientes foi 62 anos (±9 anos), predominando homens (73,6%) e raça parda (62,4%). A maioria das internações foi eletiva (55,2%). O procedimento mais frequente foi a CRVM com circulação extracorpórea (CEC) e dois ou mais enxertos (84,8%). Em contraste, no Acre, 94,9% dos procedimentos foram realizados sem CEC. A taxa de mortalidade foi de 8,1%, com significativa variação entre estados e as menores taxas no Acre (6,9%) e Pará (7%). Os custos hospitalares variaram, com os maiores valores em Rondônia e Pará. O tempo médio de internação foi de 13 dias, com Acre e Amazonas registrando os menores tempos e Rondônia os maiores. Por fim, o uso de UTI também mostrou grandes diferenças, sendo mais intensivo no Pará.
Conclusões: Este estudo destacou um aumento nas CRVMs na região Norte do Brasil entre 2018 e 2022, especialmente após um declínio em 2020 devido à pandemia de Covid-19. A retomada em 2021 e 2022 reflete o esforço para abordar procedimentos postergados e responder ao aumento de condições cardíacas agudas. As disparidades nos desfechos, incluindo taxas de mortalidade variáveis entre os estados e a relação complexa entre gastos hospitalares e resultados clínicos, ressaltam os desafios em acesso e qualidade do cuidado. A análise aponta a necessidade de políticas de saúde que melhorem a equidade e eficiência dos cuidados, considerando particularidades regionais para otimizar os resultados.

Palavras Chave

Perfil Epidemiológico; Revascularização Miocárdica; Disparidades em Assistência à Saúde

Arquivos

Área

CIRURGIA CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

BRUNO ERNESTO BRAUN SANTOS, GUILHERME DE MIRANDA SIQUEIRA, MARIA LUÍSA SIEGLOCH BARROS, LIA GOMES SOUSA, BIANCA CAVALCANTE ALMEIDA, ISIS KAROLINE MOURA SILVEIRA, YAN MATHEUS XAVIER DE LIMA , JOÃO VICTOR BATISTA PIRES, SARA COSTA MORAIS, GUILHERME BICHARA MARTINS, BRENO OLIVEIRA GOUVEIA, HALYNA STEPHANE MACHADO MELO