Dados do Trabalho


Título

Endomiocardiofibrose associada a hipereosinofilia: Desafio diagnóstico

Resumo

Introdução

A endomiocardiofibrose (EMF) é uma cardiomiopatia restritiva, caracterizada por envolvimento fibrótico do endocárdio e miocárdio normalmente na região apical, levando a disfunção diastólica, porém, preservando função sistólica. É uma doença de etiologia desconhecida e ainda muito relacionada a países subdesenvolvidos com forte relação às síndromes hipereosinofilicas. Seu diagnóstico pode ser aventado através do ecodopplercardiograma e ressonância magnética cardíaca, podendo muitas vezes ser confundida com trombo em região apical ventricular.

Descrição do caso

Paciente de 38 anos, feminina, proveniente de São Paulo capital. Relata internação anterior há 4 meses em serviço externo por quadro de dor torácica com alteração de enzimas cardíacas, porém, sem evidência de coronariopatia isquêmica na Cinecoronariografia. Evidenciado em ecocardiograma transtorácico (ECOTT) uma hipertrofia excêntrica do ventrículo esquerdo (VE) com imagem hiperecogênica em região apical de 19mm podendo corresponder a trombo.
Prosseguindo a investigação, realizada uma ressonância magnética cardíaca descrevendo trombo aderido à parede do ventrículo esquerdo, medindo 2,3 cm, além de hipocinesia dos segmentos apicais e realce miocárdico tardio subendocárdico não transmural nos segmentos apicais.
A mesma comparece ao serviço com novo episódio de dispneia e dor precordial, agora com sinais de hipervolemia e hipereosinofilia (>1500). Em novo ECOTT realizado evidenciou-se aumento biatrial, disfunção sistólica do ventrículo direito, hipertensão pulmonar, refluxo de grau importante em valva mitral e tricúspide associado a uma obliteração do ápice em parede endocárdica até base do VE, poupando demais paredes, sugestivo de EMF.
Com base nos exames iniciais, configurou-se o diagnóstico de EMF pela ressonância magnética e sua correlação com hipereosinofilia. Dessa forma, após o diagnóstico a paciente evolui com melhora clínica e seguirá tratamento em ambulatório do miocárdio.

Conclusões

Relatamos um caso de EMF associada a hipereosinofilia ainda em investigação etiológica. O caso supracitado traz uma paciente jovem proveniente de um país em desenvolvimento com diagnóstico de uma doença ainda pouco compreendida e de difícil diagnóstico, podendo muitas vezes passar-se como um trombo em região apical cardíaca, gerando subdiagnósticos e manejo incorreto.

Palavras Chave

Endomiocardiofibrose; Hipereosinofilia; Desafio diagnóstico

Arquivos

Área

DOENÇAS CARDIOVASCULARES NEGLIGENCIADAS

Categoria

Iniciação Científica

Autores

BRUNO MEOTI BRANDÃO, BIANCA FERNANDES TÁVORA ARRUDA, BRUNO NOSCHANG BLAAS , BRUNO POMÁRICO OLIVEIRA, ROGÉRIO MUYLAERT CARVALHO BRITTO , MARINA CARVALHO GIANNINI , CÍNTIA GALHARDO TRESSINO, RAFAEL CASTRO HENDGES , ITALO MENEZES FERREIRA , ALEXANDRE DINIZ MENDES SILVA, JANDSON SILVA LIMA, LAIZ TEIXEIRA PONTES