Dados do Trabalho

Título

VARIAÇÃO SAZONAL NO BRASIL E SINDROME CORONARIANA AGUDA: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA

Resumo

Introdução: A síndrome coronariana aguda (SCA) é uma manifestação súbita de sofrimento miocárdico e ocorre por obstrução do fluxo sanguíneo coronariano. Nesse ínterim, há vários fatores de risco já bem conhecidos para esses eventos, como o tabagismo e hipertensão, contudo estudos apontam que além destes há influência de fatores meteorológicos e sazonais para o desenvolvimento da doença. No Brasil, diferente de outros países, não há uma demarcação sazonal bem definida, as temperaturas variam muito de acordo com a região, sendo o período de março a maio marcado por temperaturas maiores e de junho até agosto com temperaturas menores. Consoante a isso, a literatura demonstra que há uma incidência maior de casos a depender da estação do ano. Objetivo: O trabalho tem por objetivo analisar a correlação entre a influência da variação sazonal no Brasil e a ocorrência de SCA. Métodos: Análise estatística, descritiva e transversal dos dados coletados no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do DATASUS entre o período de 2019 a 2023, analisando separadamente os intervalos de março a maio e de junho a agosto, pareando os dados de internações hospitalares e taxa de mortalidade por Síndrome Coronariana Aguda. Resultados: Durante o período de março a maio houve um total de 157.227 de internações hospitalares por SCA, sendo 7.202 (4,58%) na região norte, 30.601 (19,46%) na região nordeste, 74.116 (47,13%) na região sudeste, 31.231 (19,86%) na região sul, 14.077 (8.95%) na região centro-oeste. Por outro lado, no intervalo de junho a agosto foram notificados 170.477 internações, sendo 6.964 (4,08%) na região norte, 31.790 (18,64%) na região nordeste, 82.653 (48,48%) na região sudeste, 34.027 (19,95%) na região sul e 15.043 (8,82%) na região centro-oeste. Entrementes, a taxa de mortalidade no intervalo de março a maio foi de 9,73 e de junho a agosto foi de 10 em todo o Brasil. Para mais, nos meses frios as taxas de mortalidade foram maiores nas regiões Sudeste (10,01), Sul (9,03), Centro-oeste (8,52) quando comparado aos meses quentes que registraram os seguintes valores: Sudeste 9,70, Sul 8,77 e Centro-Oeste 7,90. Conclusão: Evidencia-se, portanto, que houve um aumento de casos de SCA no Brasil durante os meses frios, sobretudo nas regiões que costumam registrar temperaturas menores (Sudeste, Sul e Centro-oeste), bem como há um aumento na taxa de mortalidade nesse período.

Palavras Chave

síndrome coronariana aguda; Epidemiologia; Fatores de Risco Cardiovascular.