Dados do Trabalho


Título

Inclisiran e Zilebesiran: Terapias Gênicas siRNA (small interfering RNA) no Tratamento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis

Resumo

INTRODUÇÃO As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são responsáveis por altas taxas de morbimortalidade. Uma nova classe de medicamentos despertou interesse no controle das DCNTs: os oligonucleotídeos de interferência do RNA (RNAi). Inclisiran e Zilebesiran são exemplos promissores da classe, com potencial no controle da Dislipidemia e da Hipertensão Arterial (HA). OBJETIVOS Revisar os fundamentos biológicos do RNAi, os mecanismos de ação de Inclisiran e Zilebesiran, bem como os dados clínicos atuais que sustentam seu papel no manejo das DCNTs. MÉTODOS Realizou-se uma revisão bibliográfica na base PubMed, usando os descritores “RNA interferente” AND “Terapia de Alvo Molecular” AND “Inclisiran” OR “Zilebesiran”. Selecionaram-se 20 publicações na íntegra, em inglês, entre 2017 e 2023. Após leitura, foram excluídos aqueles fora do tema proposto, resultando em 9 artigos. RESULTADOS A RNAi é uma terapia nova que inibe seletivamente a transcrição de genes específicos em proteínas, diferenciando-se de medicamentos convencionais por sua especificidade, reduzindo os efeitos adversos ao bloquear apenas a produção das proteínas-alvo. Entre essa nova classe, Inclisiran foi o primeiro RNAi a ser aprovado. Atua no bloqueio da expressão de PCSK9, proteína hepática responsável pela degradação de receptores de colesterol LDL (LDL-c). A inibição da síntese de PCSK9 aumenta a expressão desses receptores, reduzindo os níveis circulantes de LDL-c. Estudos demonstraram que 1 dose subcutânea única de Inclisiran, em pacientes saudáveis, em comparação a placebos, reduziram os níveis de PCSK9 e LDL-c. Sua meia-vida de 330 dias torna-o vantajoso por exigir administração subcutânea a cada 6 meses. Ensaios de fase 3 o aprovaram na terapêutica da hipercolesterolemia e doença aterosclerótica. De modo semelhante, Zilebesiran usa a técnica de RNAi, reduzindo drasticamente a pressão arterial (PA) ao diminuir a síntese de angiotensinogênio hepático. Ensaios de fase 1 mostraram que 1 dose subcutânea de Zilebesiran permitiu uma redução sustentada em 22 mmHg da PA sistólica e em 10 mmHg da PA diastólica por 6 meses, além de redução de 90% de angiotensinogênio circulante. Ambos medicamentos são seguros e bem tolerados pelos pacientes. CONCLUSÃO O tratamento da dislipidemia e da HA mostrou-se promissor com o uso da nova terapia gênica de RNAi. A partir dessa tecnologia de RNA modificado, Inclisiran e Zilebesiran mostraram benefícios cardiovasculares, revolucionando o manejo das DCNTs.

Palavras Chave

Terapia Genética; Inclisiran; ZILEBESIRAN

Área

FARMACOLOGIA CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

ISABELLA CAROLINE DE FREITAS DOMINGOS, VINICIUS DE MEDEIROS NOBRE, NATHALIA SANTOS E COSTA LUPATINI CHRISPIM