Dados do Trabalho


Título

A associação entre o consumo crônico de bebidas energéticas e o desenvolvimento de arritmias cardíacas: uma revisão sistemática.

Resumo

INTRODUÇÃO: As arritmias cardíacas (AC) surgem devido a disfunções na condução dos impulsos no músculo cardíaco. O consumo excessivo de bebidas energéticas (BEs) pode não só causar mudanças imediatas na circulação sanguínea, mas também aumentar significativamente o risco cardiovascular a curto e longo prazo, possivelmente desencadeando AC.OBJETIVO: Analisar o acervo científico atual relacionado ao uso crônico de bebidas energéticas e o desenvolvimento de arritmias cardíacas. MÉTODO: Trata-se de uma revisão sistemática conduzida de acordo com as diretrizes PRISMA. Foram feitas buscas nas bases PubMed, Cochrane e Lilacs utilizando o operador booleano AND com os descritores “Energy Drinks” AND “Arrhythmias Cardiac”. Foram utilizados estudos de 2019 a 2023, em inglês e português, obtendo-se 21 artigos. Como critérios de exclusão foram descartadas revisões narrativas, artigos duplicados, testes em animais e com incompatibilidade temática, finalizando com um corpo final de 5 artigos. RESULTADOS: As evidências científicas referem que as bebidas energéticas (BE) são comercializadas a partir de uma forte promessa de aumento de resistência física, cognição e vigília entre os consumidores, principalmente, jovens e adultos. Seus principais ingredientes são a cafeína, taurina, sacarose e vitaminas B. Nesse sentido, estudos relatam que a cafeína, ao antagonizar os receptores de adenosina, bloqueia a vasodilatação dos vasos sanguíneos, aumentando o tônus simpático e a ação inotrópica positiva no miocárdio. Além disso, inibe a fosfodiesterase, elevando o AMP no miocárdio, intensificando a resposta inotrópica. Enquanto isso, a taurina modula os íons de cálcio intracelulares, afetando a força da contração cardíaca. Dessa forma, relacionam-se eventos de arritmias supraventriculares e ventriculares nos indivíduos em uso de BEs cronicamente bem como prolongamento de QT e QTc no eletrocardiograma (ECG). Além disso, observa-se que BEs podem ter ações arritmogênicas diretas, especialmente, em pacientes com síndrome congênita do QT longo (SQTLc). CONCLUSÃO: A heterogeneidade dos estudos torna difícil uma conclusão definitiva sobre a relação entre o uso prolongado das BEs e problemas cardiovasculares, visto que, pela complexidade dos seus ingredientes, os resultados são variados sobre os efeitos cardiovasculares, bem como sobre o intervalo QTc. Logo, são necessárias mais pesquisas para entender completamente essa associação e seus mecanismos subjacentes.

Palavras Chave

Arritmias Cardíaca; Bebidas Energéticas

Área

ARRITMIAS CARDÍACAS/ ELETROFISIOLOGIA/ ELETROCARDIOGRAFIA

Categoria

Iniciação Científica

Autores

HADASSA VILANY LUZ, SOFIA MARIA BRITO CAL MUINHOS, ALINNE BESERRA LUCENA, ALEXANDRE JORGE DE ANDRADE NEGRI