Dados do Trabalho


Título

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL E RASTREAMENTO GENÉTICO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR EM FAMÍLIA COM HISTÓRICO DE MORTE SÚBITA: UM RELATO DE CASO

Resumo

Introdução: A hipertensão pulmonar (HP) é caracterizada pelo aumento da pressão média da artéria pulmonar. Um dos seus subgrupos é a hipertensão arterial pulmonar (HAP), a qual engloba HAP idiopática/hereditária, que inclui pacientes com histórico familiar e/ou mutação genética de HP. Embora rara, por ser uma condição de mau prognóstico e de manifestação clínica mais tardia em crianças, o rastreamento genético é importante para o diagnóstico precoce de pacientes com histórico familiar de HP/morte súbita. Assim, esse trabalho objetiva apresentar um caso de HAP idiopática/hereditária associada à história familiar de morte súbita e discutir a importância do rastreamento genético para melhores desfechos.

Descrição: Sexo masculino, 3 anos, encaminhado ao serviço de cardiologia pediátrica por antecedentes familiares suspeitos: irmã falecida aos 2 anos por morte súbita, avó e tia maternas falecidas antes dos 30 anos, por insuficiência respiratória aguda e embolia pulmonar, respectivamente, e mãe diagnosticada com HAP grave há 4 anos. Na primeira consulta, identificou-se sopro sistólico em borda esternal esquerda e achados ecocardiográficos sugestivos de HAP primária. O ecocardiograma mostrou aumento das cavidades cardíacas direitas, disfunção sistólica do ventrículo direito (VD), regurgitação valvar tricúspide de grau moderado e pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP) estimada em 65 mmHg. No seguimento, apresentou piora da contratilidade do VD, com aumento de sua espessura, dilatação do tronco pulmonar e aumento de PSAP (72 mmHg) em novo ecocardiograma. Foi submetido a teste genético, que revelou variante patogênica do gene BMPR2, fortemente associada à HAP idiopática/hereditária. O tratamento com tadalafila e bosentana foi iniciado, provendo melhora dos parâmetros cardíacos.

Conclusão: O caso ilustra a importância do rastreamento genético em pacientes com história familiar de HAP/morte súbita. A identificação precoce de variantes patogênicas - como a do gene BMPR2 - é fundamental na rápida confirmação diagnóstica e na orientação terapêutica. Isso contribui para melhor prognóstico, já que seu principal fator preditivo é a idade ao diagnóstico. Logo, uma vez identificada a alteração genética em membro familiar, considera-se a importância do rastreamento genético para o resto da família. Porém, ainda são necessárias diretrizes que orientem sobre os testes indicados nesses casos.

Palavras Chave

Hipertensão Arterial Pulmonar; Genética; Morte Súbita

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA CONGÊNITA E PEDIÁTRICA

Categoria

Pesquisador

Autores

VICTOR HUGO FERREIRA DE SOUZA OLIVEIRA, ISABELA THOME HELENO, MARIA JULIA MONTEIRO SANTOS, SARAH QUICK LOURENÇO DE LIMA, BRUNO DE BRITO RABELLo, BERNARDO AUGUSTO LIMA, MARIANA CONSTANTINA DE OLIVEIRA, NATÁLYA GONÇALVES PEREIRA, HELIO LIMA DE BRITO JUNIOR