Dados do Trabalho


Título

Doença de Chagas: uma análise epidemiológica e suas consequências para a saúde pública no Brasil

Resumo

Introdução: A doença de Chagas é uma enfermidade causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, descrita em 1909, que, por um longo período, foi endêmica predominantemente em regiões da América Latina. No entanto, apesar de ter se tornado um importante problema de saúde pública também em outros continentes, gerando consequências crônicas como cardiomiopatia chagásica, arritmias, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e morte súbita, a real importância dessas consequências para a população não tem sido quantificada.
Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, ecológico e quantitativo que aborda a situação epidemiológica da mortalidade relacionada a doença de Chagas em um período de 2012 a 2022. A coleta de dados foi realizada por meio de um levantamento de informações secundárias obtidas no Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) e Doenças e Agravos de Notificação (SINAN), disponível no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), utilizando a plataforma de informações de saúde (TABNET) – tabulador de dados.
Resultados: Integrando os dados de óbitos por doença de Chagas Crônica no Brasil no período de 2012 a 2022, foi evidenciado que indivíduos da raça parda apresentam o maior número de óbitos, seguidos pela raça Branca. A unidade da federação de Minas Gerais, registrou o maior número de óbitos (n=11.542), enquanto a Região Sudeste acumulou um total de 22.648 óbitos, destacando-se como o epicentro da mortalidade por doença de Chagas no país. Analisando os dados de incidência de casos de doença de Chagas Aguda por gênero ao longo dos anos avaliados, observa-se que há uma correlação positiva entre os anos e os casos em ambos os gêneros, evidenciando crescimento da doença principalmente na região norte do país.
Conclusão: Foi observado o aumento gradual na incidência da forma aguda da doença, particularmente entre indivíduos de 40 a 59 anos e acentuado na Região Norte, desafia a noção de que a doença de Chagas é uma condição predominantemente crônica e estável. O estado de Minas Gerais e a Região Sudeste como um todo emergem como áreas de especial preocupação, indicando a necessidade de estratégias regionalizadas para combater a doença.

Palavras Chave

Doença de Chagas; Epidemiologia; Saúde Pública

Arquivos

Área

EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

DOUGLAS NUNES CAVALCANTE