Dados do Trabalho


Título

Disparidades regionais em Cirurgias Cardíacas Valvares no Brasil no ano de 2019, uma análise de dados de mundo real

Resumo

CONTEXTO: As cirurgias valvares representam uma fração importante das intervenções cardiovasculares, porém, o acesso a esses procedimentos pode variar entre as regiões do Brasil. A heterogeneidade entre as regiões frente a estes procedimentos refletem impactos nas áreas clínica e econômica em relação à atenção cardiovascular no país.
OBJETIVO: Analisar disparidades regionais no Brasil referentes aos custos médios de internação, mortalidade e reinternação de pacientes submetidos a cirurgias valvares no ano de 2019.
MÉTODOS: Estudo realizado a partir dos dados do Painel de Indicadores em Atenção Cardiovascular no SUS (iCardio). Os procedimentos analisados foram implante de prótese valvar, plástica valvar e/ou troca valvar múltipla e troca valvar com revascularização miocárdica em 2019.
RESULTADOS: Na análise comparativa entre regiões, foram examinados um total de 14.617 procedimentos cirúrgicos valvares, sendo 17,32% associados com revascularização. A Região Sudeste apresentou a maior quantidade de procedimentos (5.877) e a Região Norte apresentou a menor (486), sendo o implante de prótese valvar o mais comum.
Quanto ao deslocamento médio para atendimento, houve destaque para a Região Centro-Oeste que registrou 138,59 Km, impulsionado, sobretudo, pelo implante de prótese valvar, com média de 152,8 Km, seguido pela Região Sul, com 130,17 Km. A Região Centro-Oeste teve menor custo médio por internação (R$17.611,67), enquanto a Região Sul apresentou maior custo (R$19.219,24)
Em relação ao tempo médio de internação, a Região Sul mostrou-se com o menor indicador (17,38 dias), e o menor tempo em UTI (5,69 dias), enquanto as demais regiões variaram de 18,83 a 28,61 dias na internação e 6,07 a 7,59 dias na UTI. A reinternação após alta foi mais elevada na Região Sul (12,50%).
Sobre a mortalidade hospitalar nos procedimentos valvares, a média nacional foi de 14,48%. O Nordeste registrou menor mortalidade, com 12,7%, seguido pelo Sudeste, com 14,50%, e pelo Sul, com 15,34%. Os indicadores foram semelhantes estratificando pacientes com ou sem revascularização associada.
CONCLUSÕES: Os dados apresentados revelam uma disparidade regional nos desfechos de procedimentos de implante e troca valvar. Diante dessa tendência, destaca-se a importância de adotar medidas para reduzir a heterogeneidade entre as regiões frente aos procedimentos cardiovasculares no SUS, visando aprimorar a atenção em saúde no país como um todo.

Palavras Chave

Cirurgia valvar; Serviço Hospitalar de Cardiologia; Implante de Prótese de Valva Cardíaca

Arquivos

Área

EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL

Categoria

Iniciação Científica

Autores

YOHAN CASIRAGHI, ISADORA RUTKOSKI DIDIO, LUCIANA RODRIGUES DE LARA, NAYÊ BALZAN SCHNEIDER, RENATA AUGUSTA DE SOUZA AGUIAR, MIRIAM ALLEIN ZAGO MARCOLINO, ANA PAULA BECK DA SILVA ETGES, CARISI ANNE POLANCZYK