Dados do Trabalho


Título

Disparidade de acesso na Assistência Cardiovascular no Brasil: Análise de Dados do Mundo Real

Resumo

Fundamento: O acesso limitado à saúde pode atrasar o atendimento, prejudicando prognósticos cardíacos. A análise de dados clínicos e sociodemográficos que identificam os gargalos de acesso no Brasil tornam-se centrais no processo de orientação de políticas de saúde para garantir que investimentos em saúde sejam convertidos em melhorias em todas as localidades.
Objetivo: Analisar indicadores de assistência cardiovascular por região e comparar o acesso à assistência entre as localidades. Metodologia: Abordagem observacional retrospectiva descritiva, baseada na análise de dados reais do Sistema Único de Saúde disponibilizados pelo painel iCardio, de 2019. Indicadores analisados: quantidade de pacientes atendidos em diferentes regiões geográficas e em local distinto do que residem, deslocamento médio para atendimento e mortalidade hospitalar. Os dados foram agrupados e analisados de acordo com as regiões geográficas do país.
Resultados: O Sudeste apresenta a maior concentração de pacientes atendidos (44,3%) e de hospitais, 276, apresentando o menor deslocamento médio para atendimento, 45,86 Km. No Sul há a maior porcentagem de pacientes atendidos em um município distinto, 65,59%, mas a menor porcentagem para uma macrorregião distinta, 11,54%. O Nordeste, embora apresente a terceira maior quantidade de pacientes atendidos, destaca-se por um alto deslocamento médio, 94,59 Km, sendo que mais da metade dos atendimentos é realizada em um município distinto. O Centro-Oeste enfrenta desafios semelhantes, com uma alta média de quilômetros percorridos para atendimento, 92,23 Km, e a maior porcentagem de pacientes atendidos em uma macrorregião distinta, 28,40%. A região Norte apresenta a menor quantidade de pacientes atendidos, mas a maior mortalidade hospitalar, 7,56%. Ademais, possui a menor quantidade de hospitais, 35, apresentando um deslocamento médio maior que a média geral do país, que é de 65,77 Km (Tabela 1).
Conclusão: O Sudeste destaca-se por proporcionar uma maior facilidade de acesso, apresentando a menor mortalidade hospitalar. O Sul apesar de não apresentar grandes entraves associados ao deslocamento para acesso à assistência, têm a segunda maior mortalidade. Observa-se um desafio mais significativo de acesso à assistência nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte, que se reflete em elevadas distâncias de deslocamento médio.

Palavras Chave

Cardiologia; Equidade no acesso aos serviços de Saúde; dados de saúde coletados rotineiramente

Arquivos

Área

EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

LETÍCIA CUNHA PEREIRA DE SOUZA, PEDRO HENRIQUE ENGSTER, LUCIANA RODRIGUES DE LARA, RENATA AUGUSTA DE SOUZA AGUIAR, MIRIAM ALLEIN ZAGO MARCOLINO, ANA PAULA BECK DA SILVA ETGES, CARISI ANNE POLANCZYK