Dados do Trabalho


Título

Desafiando o convencional: Análise de Caso e Perspectivas em Cardiomiopatia Hipertrófica Apical e Origem Anômala Coronária

Resumo

INTRODUÇÃO:A cardiomiopatia hipertrófica apical (CMHA) é uma variante rara da cardiomiopatia hipertrófica com uma evolução geralmente mais benigna. Gera alterações no eletrocardiograma (ECG) características: ondas T gigantes invertidas (>10mm) e sinais sugestivos de sobrecargas ventriculares. É frequentemente assintomática e diagnosticada através de exames complementares. Quando sintomática, a dor precordial é a apresentação mais comum, seguido de palpitações e dispneia de esforço. Da mesma forma, a origem anômala coronariana abrange um amplo espectro de variantes e sintomas, sendo observada em <1% da população, resultando em recomendações terapêuticas limitadas. A origem anômala de coronária direita é a mais prevalente e a cirurgia de correção não é recomendada em pacientes assintomáticos, sem isquemia miocárdica e/ou sem anatomia de alto risco. A correção cirúrgica é mais indicada na origem anômala de coronária esquerda, pois está relacionada a maior ocorrência de morte súbita (especialmente em atletas jovens). A anatomia de alto risco inclui algumas características: longo curso intramural, orifício em fenda, estreitamento coronário proximal, decolagem em ângulo agudo e orifício >1 cm acima da junção sinotubular.
DESCRIÇÃO DO CASO:Mulher, 31 anos, etnia preta, futebolista profissional. Deu entrada no pronto atendimento com dor precordial intensa, em aperto e náuseas durante treino. ECG apresentava ritmo sinusal e inversão de onda T difusa. Troponinas negativas. A ressonância magnética sugeriu padrão de CMHA, com fração de ejeção preservada, ausência de realce tardio ou déficit perfusional estresse induzido. Angiotomografia coronariana evidenciou dominância direita, com origem superior ao seio coronariano direito, ângulo de 27o e redução do calibre na emergência, além de trajeto interarterial proximal. Teste ergométrico sem arritmias esforço induzidas e análise de isquemia prejudicada pela alteração basal do ECG. Indicada abordagem cirúrgica devida presença de anatomia de alto risco e orientado afastamento de atividades de alta intensidade até a resolução.
CONCLUSÃO:A origem anômala de coronária com anatomia de alto risco está relacionada a morte súbita em atletas em idades mais precoces, geralmente antes dos 25 anos. Apesar do grande avanço tecnológico no diagnóstico de imagem ter elevado a prevalência de cardiopatias antes ocultas, ainda faltam dados para definir com clareza sobre quando afastar esses indivíduos de atividades físicas e indicação cirúrgica. Os riscos cirúrgicos devem ser incorporados na tomada de decisão, reconhecendo que, nas mãos de operadores experientes, grandes complicações e morte são raras.

Palavras Chave

ORIGEM ANOMALA DE CORONARIA; CARDIOMIOPATIA HIPERTROFICA APICAL; CORAÇÃO DE ATLETA

Área

CARDIOLOGIA DO ESPORTE, EXERCÍCIO, ERGOMETRIA E REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

CAMILA GARCIA PEREIRA, ANA LUISA DE SOUZA CALDAS, ALESSANDRA GEISLER DAUD LOPES, CAMILA CARVALHAIS COSTA, BRUNO BASSANEZE, JOAO MANOEL THEOTONIO DOS SANTOS, NABIL GHORAYEB, LUIZ PAULO MENDES DOS SANTOS, AHMAD HASSAN AYOUB, PAULO DONIZETTI FORTE, FERNANDO FERNANDES, RENIER SOARES PIRES