Dados do Trabalho
Título
Avaliação do comprometimento cardiovascular na fase crônica do COVID-19 através da ressonância magnética e marcadores laboratoriais: um estudo transversal
Resumo
Introdução: A infecção pelo Sars-Cov 2 pode provocar injúria cardíaca. Dessa forma, considerando a relevância epidemiológica dos casos de COVID-19 no mundo e a potencial gravidade da injúria miocárdica não isquêmica, este estudo busca avaliar através da ressonância magnética (RM) o impacto crônico da infecção pelo Sars-Cov 2 sobre o sistema cardiovascular bem como sua correlação com fatores de risco e exames laboratoriais.
Objetivos: avaliar a estrutura e função ventricular através de RM em pacientes na fase crônica da infecção ( acima de 4 semanas) e estabelecer correlações desta com variáveis clínicas e laboratoriais (peptídeo natriurético, troponina e Proteína C reativa).
Métodos: Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo que avaliou 1243 pacientes maiores de 18 anos que na fase crônica da infecção que realizaram o exame de RM. Dados clínicos e laboratoriais também foram computados e para a análise estatística foi estipulado um nível de significância de 5% e utilizada as correlações de Pearson entre os segmentos da RM e as variáveis. Todas as etapas foram aprovadas pelo Comitê de Ética envolvendo Seres Humanos.
Resultados: 91,5 % dos indivíduos apresentaram injúria miocárdica não isquêmica, sendo a maioria das lesões localizadas no segmento basal ínfero medial (56,3%). Na análise dos fatores de risco, apresentaram correlação significativa com realce tardio as variáveis idade, IMC, dislipidemia, hipertensão arterial e gravidade da doença. Além disso, a presença na RM de contratilidade alterada e miocardite em atividade foram achados infrequentes neste estudo - com uma prevalência de 8,5% e 3,1% respectivamente. Com relação aos marcadores laboratoriais, todos tiveram correlação com o realce tardio, sendo que em indivíduos com alteração na troponina, em comparação com os com exame normal, houve um aumento de 26% no número de segmentos com realce tardio e 18,82 vezes mais segmentos com contratilidade alterada.
Conclusões: Através da utilização da ressonância magnética foi possível estabelecer neste estudo uma alta prevalência de injúria miocárdica na fase crônica do Covid, bem como avaliar correlações entre fatores de risco e exames laboratoriais relacionados a maiores chances de comprometimento cardiovascular.
Palavras Chave
Miocardite; “COVID-19”; ressonância magnética cardíaca
Área
COVID-19 E SISTEMA CARDIOVASCULAR
Categoria
Iniciação Científica
Autores
NATHALIA CRISTINE SANTOS MESSIAS CHIQUITO, JOSÉ GUILHERME PINHATTI CARRASCO, DANIEL COSTA GONÇALVES DO VALE, IGOR HENRIQUE RIGOTTO ALTOÉ, VICTÓRIA VIGNOTTI SABINO, ISABELA PONTES SERRA, VITÓRIA MARTINS PRIZÃO, FABRICIO FURTADO VIEIRA, MARCO ANTINIO VILLAS BOAS DE SOUZA, VINICIUS DA SILVA GUIDINI, BRENDA BARETA SIRONI, ROGÉRIO TOSHIRO PASSOS OKAWA