Dados do Trabalho

Título

Análise da distribuição de Transplantes Cardíacos entre as Regiões do Brasil de 2019 a 2023

Resumo

Introdução: A Insuficiência Cardíaca caracteriza-se como uma síndrome complexa considerada o estágio final de diversas doenças cardiovasculares e é classificada em estágios que norteiam o seu tratamento, com o Transplante Cardíaco (TC) sendo necessário nos graus mais avançados. Em relação ao Brasil, essa é uma intervenção viável com um grande número de TCs realizados anualmente: mundialmente, o país ocupa o segundo lugar no ranking de transplantes realizados, sendo mais de 90% destes financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, o TC se mostra uma intervenção eficaz com impactos positivos na qualidade de vida e sobrevida dos pacientes, o que justifica a execução do presente estudo. Objetivo: Analisar a distribuição de TCs entre as Regiões do Brasil de 2019 a 2023. Método: Estudo de caráter observacional transversal, realizado a partir de dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) acerca dos TCs executados no Brasil. As variáveis analisadas foram: Tempo Médio de Internação (TMI) e Taxa de Mortalidade (TM). Os dados foram coletados em abril de 2024, considerando-se um período de cinco anos. Resultados: Nos anos estudados, foram realizados 1.468 TCs em todo o Brasil, com uma média anual de 293,6 procedimentos, sem padrão crescente ou decrescente. O Sudeste foi a Região que apresentou o maior número de procedimentos (57,02%) e o Centro-Oeste, o menor (9,20%). Não há registros de TCs na Região Norte no banco de dados consultado. O TMI foi de 15,76 dias, sendo maior no Sudeste (16,9 dias) e menor no Centro-Oeste (12,44 dias). Quanto à TM, em média, o Sudeste apresentou o maior valor (14%) e o Centro-Oeste, o menor (7,95%), não apresentando registro de óbitos nessa região no ano de 2020. O ano de 2022 representou o período com a maior TM no país, com 12,87% e 2020, o menor, com 8,78%. Conclusão: Considerando-se a crescente incidência da Insuficiência Cardíaca na maioria dos países, como o Brasil, e que a mortalidade por essa doença é significativa, é preocupante que um aumento expressivo no número de TCs não tenha sido registrado nacionalmente nos últimos anos. Além disso, é possível observar disparidades relevantes entre as Regiões brasileiras, como o fato de que a Região Sudeste concentra mais da metade dos TCs realizados e a Região Norte permanece sem nenhuma atividade desse tipo de transplante, evidenciando uma grande dificuldade estrutural e logística para atender os pacientes com essa demanda em saúde nos estados dessa Região.

Palavras Chave

Perfil Epidemiológico; Transplante de Coração; Insuficiência Cardíaca.