Dados do Trabalho


Título

Mortalidade por Malformações Congênitas das Valvas Aórtica e Mitral em crianças entre as Regiões brasileiras de 2018 a 2022

Resumo

Introdução: As malformações cardíacas congênitas são distúrbios estruturais e funcionais que comprometem o funcionamento adequado do aparelho circulatório e são consideradas a terceira maior causa de óbito em recém-nascidos. Nesse contexto, as Malformações Congênitas das Valvas Aórtica e Mitral (MCVAMs) são relevantes tanto pela sua considerável incidência quanto pela sua alta mortalidade no Brasil, o que justifica a análise desse acometimento pelo presente estudo. Objetivo: Analisar a mortalidade por MCVAMs em crianças entre as Regiões do Brasil de 2018 a 2022. Métodos: Estudo transversal e retrospectivo, com a utilização da plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) como meio para a coleta de dados acerca da mortalidade por MCVAM no Brasil. Foi considerado um período de cinco anos e variáveis analisadas foram: faixa etária e Região de residência. Resultados: Foram registradas 1477 mortes por MCVAMs no Brasil no período de 2018 a 2022, no qual a faixa etária mais afetada foi a de menores de um ano, com 95,6% dos casos. O maior número de óbitos foi na Região Sudeste, com 44% as ocorrências, e o menor, na região Norte, com 7,3%. Em relação à taxa de mortalidade/100 mil habitantes, a Região Sul se destaca, com 1,09 (taxa maior que o dobro da menor registrada, na Região Nordeste: 0,5). Ademais, foram observadas flutuações na distribuição das mortes durante o período analisado, com taxas crescentes de 2018 a 2021, ano com maior registro de casos (311), seguido de uma discreta redução em 2022 (278). Conclusão: Os fatores causais da mortalidade infantil estão relacionados à qualidade da atenção básica, ao nível de escolaridade das famílias e à qualidade da assistência prestada ao nascimento. As malformações do aparelho circulatório são classificadas como causas de óbito evitáveis e, por isso, podem ser usadas como parâmetro de qualidade global da assistência em saúde. Os resultados sugerem uma dificuldade no acesso ao diagnóstico pré-natal das MCVAMs no Brasil, o que contribui para uma abordagem terapêutica local insuficiente e, consequentemente, para o aumento progressivo da mortalidade por essas condições. Além disso, as disparidades interregionais corroboram para o entendimento de que ocorre subnotificação ou entrave no acesso aos serviços de Atenção Básica em Regiões como Nordeste do Brasil, ou seja, a menor mortalidade nesses locais não pode ser interpretada como melhor assistência.

Palavras Chave

Perfil Epidemiológico; Malformação congênita; Mortalidade Hospitalar

Área

EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL

Categoria

Iniciação Científica

Autores

MARIA CLARA HOLLANDA CECIM, LAÍSE CASTRO WEIS, BRUNO MARQUES E SILVA, MARIANA LASSANCE MAYA PALHETA, ANA CAROLINA ARAÚJO RAMOS, AILTON AMARAL MAIA NETO, DIEGO COSTA MONTEIRO, PAULO ROBERT ANDRADE LIMA, LUCAS QUARESMA MARTINS, DANGILLA RIBEIRO DOS SANTOS, GABRIEL CANTO BANDEIRA DE SOUSA, ANTONIO MARIA ZACARIAS ARAÚJO MONTEIRO