Dados do Trabalho


Título

Redução do edema miocárdico e da área de risco e melhora da função ventricular esquerda, pela ressonância magnética cardíaca, em pacientes com infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST tratados com Sonotrombólise.

Resumo

Fundamento: O infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) é responsável por diversas mortes em todo o mundo. Apesar de tratamentos bem estabelecidos, como a intervenção coronária percutânea (ICP) e a terapia fibrinolítica, o fenômeno de no-reflow pode ocorrer. Nesse cenário, a sonotrombólise tem demonstrado bons resultados como terapia adjuvante para melhorar a microcirculação coronariana, a função cardíaca e o prognóstico do paciente. Objetivos: Nosso objetivo foi avaliar o impacto da sonotrombólise nas medidas de no-reflow, fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), edema miocárdico e área de risco do ventrículo esquerdo, 72 horas após o IAMCSST. Métodos: O estudo analisou 139 pacientes com IAMCSST do banco de dados HUBBLE (NCT04732091 e NCT02410330) randomizados para grupo controle (GC), tratado com ICP (N=66) e Grupo Terapia (GT), tratado com ICP+sonotrombólise (N=73). Houve 19 e 20 pacientes tratados previamente com terapia fibrinolítica em cada grupo, respectivamente. A sonotrombólise consistiu em pulsos ultrassonográficos intermitentes de alta energia associados à infusão de agente de contraste ultrassonográfico, iniciada após a admissão do paciente e continuado após a ICP, ou aplicada somente após a ICP, por 50 minutos. Todos os pacientes realizaram ressonância magnética cardíaca e as medidas foram obtidas utilizando o software Circle cvi42, com detecção semiautomática e resolução de eixo curto. O edema miocárdico foi avaliado em imagens ponderadas em T2 e a área de superfície endocárdica avaliada por realce tardio com gadolínio. Resultados: Os grupos apresentaram dados demográficos semelhantes (P>0,05). O tamanho do infarto, em valores absolutos e percentuais, foi semelhante entre GC e GT (40±18 vs. 34±25g e 31±13 vs. 27±17%, respectivamente, P>0,05). O GT mostrou menor valor absoluto de no-reflow (6,5±10,0 vs. 4,0±6,0g, P=0,050) e valor semelhante de no-reflow percentual (13±15 vs. 11±12%, P=0,148), comparado ao GC. Além disso, em comparação ao GC, o GT apresentou menores áreas de edema miocárdico (56±26 vs. 47±26g, P=0,030) e de risco (51±22 vs. 43±29g, P=0,043), associado a uma maior FEVE (46±10 vs. 50±12%, P=0,026). Conclusões: Os dados preliminares indicam resposta favorável da sonotrombólise como terapia adjuvante para pacientes com IAMCSST, uma vez que atua na redução do edema miocárdico, da área de risco e do fenômeno de no-reflow, com consequente melhora da função ventricular esquerda.

Palavras Chave

Infarto do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST; Sonotrombólise; ressonância magnética cardíaca

Área

IMAGEM CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

CAROLINA TAKEMATSU, MARIA JULIA COUTO VOGT, MAX REYES BARRENECHEA, BRUNA ARAÚJO PAES, GIOVANNA CRISTINA CASTRO MARTIN, YASMIN ABRAHÃO, LUCIENE FERREIRA AZEVEDO, CARLOS EDUARDO ROCHITTE, RODRIGO BELLIO MATTOS BARRETO, DAVID LE BIHAN, JOÃO CESAR NUNES SBANO, WILSON MATHIAS JR