Dados do Trabalho

Título

Remodelamento Cardíaco Reverso em Paciente Jovem com Hipertensão Renovascular Secundária à Estenose de Artérias Renais Bilaterais: Um Relato de Caso

Resumo

INTRODUÇÃO: A Hipertensão Secundária Renovascular (HSR) surge devido à obstrução ou estreitamento das artérias renais, o que desencadeia uma resposta hormonal compensatória pelos rins, interpretando erroneamente a condição como queda na pressão sanguínea. Isso culmina no aumento da pressão arterial sistêmica, manifestando-se clinicamente como hipertensão secundária. A estenose das artérias renais emerge como uma das principais etiologias subjacentes a essa condição. Este estudo visa delinear e discutir um caso de HSR em um paciente jovem, atribuído à estenose bilateral das artérias renais. DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente masculino, 27 anos, com histórico de hipertensão arterial sistêmica (HAS) não tratada e ex tabagista apresentou em dezembro de 2022 um Acidente vascular encefálico (AVE) hemorrágico hipertensivo nucleocapsular à direita, com sequelas de hemiplegia e hemiparesia à esquerda. Na investigação da HAS, foi realizado ecocardiograma que mostrou remodelamento ventricular esquerdo, função sistólica no limite inferior da normalidade e disfunção diastólica grau II, Strain global longitudinal reduzido de 9,8% (VN>18%). Em exame laboratorial, creatinina de 3,53 mg/dL, indicando possível Doença Renal Crônica (DRC) idiopática concomitante. Na continuação da investigação, em agosto de 2023, foi realizado USG Doppler de artérias renais foi sugerida a possibilidade de estenose de artérias renais. Durante o período estava em tratamento com Bisoprolol, Hidroclorotiazida, Levanlodipino, Hidralazina e Sinvastatina, obtendo com estes anti-hipertensivos um bom controle pressórico. Após um ano do AVE foi realizado outro Ecocardiograma evidenciando melhora do Strain global longitudinal -17,1% e função sistólica biventricular preservada. Nas últimas avaliações, paciente se encontra com hipertensão controlada e creatinina sérica se mantém persistentemente elevada, acima de 2,5 mg/dL. Assim, considerou-se o diagnóstico nesse paciente de HSR, associado à DRC. CONCLUSÕES: Este caso ressalta a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da hipertensão arterial, especialmente em pacientes jovens com fatores de risco cardiovasculares. Além disso, evidencia a possibilidade de reversão do remodelamento cardíaco com o controle da pressão arterial, destacando a relevância do manejo multidisciplinar desses pacientes.

Palavras Chave

Hipertensão Renovascular; Estenose de Artérias Renais; remodelamento cardiovascular

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