Dados do Trabalho


Título

Dissecção espontânea de artéria coronária esquerda como causa de infarto agudo do miocárdio em paciente jovem.

Resumo

INTRODUÇÃO
A dissecção espontânea de artéria coronária (DEAC), condição infrequente de infarto agudo do miocárdio, sendo mulheres jovens as mais acometidas, têm sua etiologia ainda não elucidada, estudos mostraram que podem possuir estressores cardiocirculatórios e hormonais, associação genética e em alguns casos, idiopáticos. A cinecoronariografia, como método diagnóstico, pode identificar graus variados de estenose difusa. O tratamento objetiva preservar a perfusão e função miocárdica, com manejo conservador, revascularização percutânea ou cirurgia aberta, fibrinolíticos ou transplante cardíaco.

RELATO DE CASO
Paciente de 35 anos, sexo masculino, hipertenso crônico resistente, com glomerulopatia membranosa, diabetes mellitus tipo 2 e transtorno de ansiedade, foi admitido com angina e diagnosticado com infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST(IAMSSST). A angiografia coronariana revelou dissecção e trombo na artéria coronária descendente anterior(DA). Inicialmente o paciente foi mantido em tratamento clínico, no entanto, apresentou recorrência do quadro, com alteração dinâmica eletrocardiográfica, sendo realizada angioplastia coronariana, com implante de stent convencional, usualmente utilizado em estenoses de artéria renal. O procedimento transcorreu sem complicações, e o paciente recebeu alta medicado para seguimento ambulatorial.
Após 36 dias, o paciente foi readmitido com queixa de novo quadro anginoso. A avaliação mostrou elevação da troponina e trombose intra-stent na porção distal e dissecção de DA. Foram iniciadas medidas para IAMSSST, Tirofiban, enoxaparina e dupla antiagregação plaquetária, apresentando melhora clínica e mantido em tratamento conservador. Novo estudo angiográfico mostrou redução da carga trombótica, recebendo alta com medicação anti-hipertensiva, anticoagulação e dupla antiagregação plaquetária.

CONCLUSÃO
Apesar da complexidade da DEAC, avanços nas tecnologias diagnósticas têm permitido intervenções precoces. No caso descrito, o paciente apresentou novo evento isquêmico por trombose intra-stent, respondendo de forma satisfatória ao tratamento clínico após implante do stent adaptado, mesmo mantendo o hábito de fumar. O acompanhamento ambulatorial é essencial para gerenciar a doença primária e suas comorbidades associadas.

Palavras Chave

Dissecção espontânea de coronária; Angioplastia de coronária; Isquemia Miocárdica

Arquivos

Área

DOENÇA CORONÁRIA AGUDA E CRÔNICA / TROMBÓLISE

Categoria

Iniciação Científica

Autores

ISADORA ALVES DE ANDRADE , VICTOR HUGO MUNDIM MELO, RODRIGO CUNHA SOUZA, PAULO HENRIQUE MAIA VILELA