Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR PÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM PACIENTE IDOSO

Resumo

INTRODUÇÃO: O presente artigo relata um caso de Comunicação Interventricular (CIV) pós Infarto agudo do miocárdio (IAM), admitido com dor típica de início há 4 dias. O eletrocardiograma (ECG) apresentou IAM sem elevação do segmento ST. Cateterismo evidenciou Artéria coronária direita (ACD) ocluída proximal e CIV (20mm). Tratado com cirurgia. Paciente evoluiu bem, apesar de intercorrências e alta taxa de mortalidade desta condição. DESCRIÇÃO DO CASO: Masculino, 73 anos, hipertensão arterial, diabetes Mellitus tipo 2, ex-tabagista (80 maços/ano). Dor torácica típica há quatro dias, já feitas doses de ataque de ácido acetilsalicílico e clopidogrel. ECG indicou bloqueio de ramo esquerdo, taquicardia sinusal, sem sinal de elevação do segmento ST, elevação de troponina. Cateterismo com ACD ocluída proximal, padrão de dominância direita e CIV de 20mm pós IAM. Evoluiu com piora da dor torácica, sudorese, dispneia e letargia, implantado balão intra-aórtico (BIA), permaneceu por sete dias. Cinco dias após retirada do BIA, apresentou FA ao scope, taquicardia e fibrilação ventriculares. Realizada manobra de ressuscitação cardiopulmonar, desfibrilação com 270j, amiodarona 300mg, retorno à circulação espontânea em 4 minutos. Paciente sedado, em suporte de vida. Melhora parâmetros após reimplante de BIA. No 17 °, cirurgia de correção de CIV ínfero basal com 1,9x1cm, interposição de enxerto de pericárdio bovino, tempo de isquemia 67min e circulação extracorpórea 87min, sem intercorrências. Evoluiu com melhora global, retirado BIA no 2° dia após cirurgia, extubação no 4°dia. Alta no 30° dia de internação. Ecocardiograma dois meses após alta evidenciou CIV muscular residual restritiva, insuficiência cardíaca, fração de ejeção 46% e derrame pericárdico, manejo clínico exclusivo. Segue acompanhamento ambulatorial até presente data. CONCLUSÃO: A ruptura do septo interventricular pós IAM é complicação mecânica rara, com incidência cada vez menor (0,20 à 0,34%) após advento da terapia trombolítica¹. O manejo da CIV pós-IAM é feito com uso de medicamentos e dispositivos de suporte (BIA), que reduzem pós-carga e, por consequência, a derivação esquerda-direita até intervenção cirúrgica. O melhor momento para correção da CIV é discutível na literatura, variando em instabilidade hemodinâmica e choque cardiogênico. Apesar da alta taxa de mortalidade (25 a 87%), cirurgia é primeira opção. Assim, diagnóstico precoce pode otimizar tratamento, reduzindo a mortalidade (90%) da condição.

Palavras Chave

Comunicação Interventricular; balão intra-aórtico;

Área

CIRURGIA CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

VITÓRIA SCALABRIN MAIA, GABRIELA MACALOSSI, LAURA THALHEIMER, SCHERRINGTON SABOIA, PERICLES DELLA GIUSTINA, PAULO MENEGUZZO, MÁRCIA BRASIL, JÉSSICA SCHIAVENIN, GUILHERME WINTER, RODRIGO BRASIL