Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: MIOCARDITE VIRAL GRAVE

Resumo

Introdução
A miocardite viral é uma condição cuja prevalência não é bem definida, mas sabe-se que cerca de 20 agentes virais já foram isolados, incluindo parvovírus, adenovírus e HIV. O diagnóstico continua um desafio, uma vez que a biópsia endomiocárdica, considerada padrão-ouro, é pouco realizada devido aos riscos e limitações, sendo preferível métodos como sorologias e PCR. O tratamento visa principalmente a estabilização hemodinâmica, abordando complicações como insuficiência cardíaca aguda e arritmias. Embora a imunoglobulina seja opção terapêutica em casos graves, seu impacto na sobrevida ainda carece de comprovação estatística. Quanto às terapias antivirais, seu uso rotineiro é incerto devido a falta de evidências consistentes de sua eficácia.

Descrição do caso
Paciente de 14 anos com história de dispnéia progressiva aos grandes esforços após um quadro viral em fevereiro de 2023, permaneceu com este sintoma por cerca de 3 meses, quando apresentou tosse e foi tratado como pneumonia. Na sequência, evoluiu com piora da dispneia associado a dispnéia paroxística noturna. Realizou Ecocardiograma (ECO) evidenciando dilatação e hipocinesia importante do Ventrículo Esquerdo (VE), além de disfunção sistólica biventricular. Encaminhado à Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) para compensação clínica e investigação.
Durante a internação, apresentou-se compensado hemodinamicamente no início às custas de inotrópico em doses altas. Evoluiu com boa resposta clínica durante internação fazendo uso de levosimendan, sem novos sinais de descompensação hemodinâmica. Recebeu imunoglobulina endovenosa, devido a suspeição viral. Foi realizada a otimização de medidas clínicas durante este período, recebendo alta em bom estado geral com ECO Doppler evidenciando comprometimento difuso do miocárdio, de grave repercussão sobre o desempenho sistólico do ventrículo esquerdo, em fase dilatada, presença de mínimo derrame pericárdico e pleural direito com atelectasia de base direita e Fração de Ejeção (FE) recuperada de 22% (admissão com FE de 8%).
O seguimento ambulatorial, devido a Insuficiência Cardíaca decorrente do quadro, apresentou ECO com FE recuperada atual de 51%.

Conclusão
Diante do exposto, o caso ilustra a complexidade e a importância das causas virais de miocardite e sua gravidade em potencial, necessitando de um manejo adequado com tratamento intensivo e acompanhamento para recuperar o máximo da capacidade cardiovascular e funcionalidade do paciente jovem.

Palavras Chave

Miocardite; Fração de Ejeção Reduzida; Tratamento

Arquivos

Área

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE

Categoria

Iniciação Científica

Autores

VICTOR HUGO MUNDIM MELO, RODRIGO CUNHA DE SOUSA, ISADORA ALVES DE ANDRADE, PAULO HENRIQUE MAIA VILELA, VINICIUS MARQUES FERREIRA