Dados do Trabalho


Título

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E COVID-19: FATORES CLÍNICOS ASSOCIADOS AO ÓBITO EM RELAÇÃO AO PERFIL NUTRICIONAL

Resumo

Introdução: Pacientes com Insuficiência Cardíaca (IC) podem apresentar um pior prognóstico e desfechos clínicos negativos quando acometidos por doenças agudas, como o COVID-19 e o perfil nutricional desses pacientes parece influenciar nesses desfechos. Objetivo: Avaliar os fatores associados ao óbito em relação ao perfil nutricional de pacientes com IC admitidos por COVID-19 em unidades de terapia intensiva (UTI). Método: Estudo de coorte retrospectivo realizado com dados de prontuário de pacientes hospitalizados com diagnóstico prévio de Insuficiência Cardíaca e COVID-19 em estado crítico no período entre março de 2020 a agosto de 2021. Foram considerados desfechos para este estudo a mortalidade e como variáveis explicativas o perfil sociodemográfico, estado clínico e laboratorial na admissão e no desfecho. Foram realizados testes estatísticos univariados para avaliação da associação com o desfecho de mortalidade, considerando um valor p<0,05 como significativo. Estudo aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 4.949.168 com CAAE: 50167221.2.0000.5505. Resultados: Foram hospitalizados 1946 pacientes, dos quais 1170 tinham diagnóstico de COVID-19 ou IC, sendo incluídos 43 pacientes, dos quais 58,13% evoluíram ao óbito durante a internação. A maior parte da população não tinha etiologia da IC definida e apresentavam uma fração de ejeção média de 48,19%. Na análise de associação entre os sinais clínicos admissionais e o estado nutricional naqueles pacientes que evoluíram ao óbito, houve maior prevalência dos sintomas de rebaixamento do nível de consciência (p.0,05), queda da saturação de oxigênio (p.0,05) e presença de estase jugular (p.0,05) nos pacientes eutróficos. Na análise de associação entre os sinais clínicos no óbito com o estado nutricional, houve maior prevalência na ocorrência de perda motora nos desnutridos (p.0,04) e na perfusão periférica superior de 3 segundos nos eutróficos (p.0,05). Em relação aos exames laboratoriais admissionais, não houve associação significativa entre o perfil nutricional com o desfecho do óbito. Conclusão: O estado nutricional parece estar associado com piores sinais clínicos e maior ocorrência de mortalidade na amostra avaliada. Uma avaliação clínica, metabólica e alimentar precoce permite que intervenções nutricionais sejam realizadas com intuito de minimizar o risco de piores desfechos durante hospitalizações longas como no caso de descompensações agudas e/ou associadas a infecções virais.

Palavras Chave

insuficiência cardíaca; Covid-19; terapia nutricional

Área

NUTRIÇÃO

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

MILENA GOMES VANCINI, CAMILA TAKAO LOPES, JULIANA DE LIMA LOPES, VINICIUS BATISTA SANTOS