Dados do Trabalho
Título
O diagnóstico de isquemia miocárdica está limitado no ecoestresse físico?
Resumo
INTRODUÇÃO: A ecocardiografia sob estresse físico (EEF) é um exame estabelecido para detecção de isquemia miocárdica e a sua realização pressupõe que o paciente seja capaz de alcançar frequência cardíaca projetada. O objetivo deste estudo é avaliar preditores de término prematuro do teste, o comportamento da frequência cardíaca e os achados de isquemia miocárdica.
MÉTODOS: Estudo transversal e analítico com base em registros de EEF. Utilizou-se para tabulação e análise estatística o software IBM SPSS Statistics v22.0. Realizou-se análise de clusters para discriminar os indivíduos em grupos em relação aos preditores de término prematuro durante o exame. Utilizaram-se os preditores de importância (probabilidade variando de 0 a 1, sendo 1 maior relevância dentro do agrupamento) para avaliar a contribuição de cada variável nos clusters. Nível de significância adotado foi de 5%.
RESULTADOS: A amostra incluiu 3923 pacientes, com idade média de 58.79±11.53 anos, 2355 do sexo feminino (52.8%), 57.2% hipertensos, 53% dislipidêmicos, 25.3% obesos, 13.9% diabéticos, 50.2% sedentários, 59.8% com antecedentes familiares de doenças
cardiovasculares e 54.1% com função diastólica (FD) alterada. Entre os pacientes avaliados, 6.6% atingiram frequência cardíaca (FC) abaixo de 85% da FC máxima, 38.6% atingiram entre 85 e 99% e 54.8% atingiram acima de 99%. Os preditores de importância mais
relevantes pela análise de cluster foram: hipertensão arterial sistêmica (HAS), FD, idade, dislipidemia, diabetes, obesidade, antecedentes familiares, sexo e sedentarismo. Foram estratificados 2 grupos: o 1 com idade média de 54.9±11.9, 0.5% com menor frequência de HAS, 41.3% FD de déficit de relaxamento, 38.3% de dislipidemia e com maior incidência dos que atingiram FC acima de 99% (44.6%); o grupo 2 com idade média de 61.5±10.3, com maior frequência de HAS (98.9%), FD de déficit de relaxamento (63.6%), dislipidemia (63.8%) e com maior incidência de pacientes que atingiram a FC abaixo de 85% (73%).
CONCLUSÃO: As variáveis analisadas foram capazes de discriminar os grupos quanto aos achados de isquemia e de preditores de término antecipado do teste. Atingir a frequência cardíaca no EEF acima de 99% da FC predita para cada paciente não é necessariamente uma validação para o achado isquêmico. Em pacientes com lesão cardíaca significativa, o achado de isquemia pode ser evidenciado nas FC menores que 85% e entre 85 e 99% da máxima.
Palavras Chave
Isquemia; Ecoestresse Físico
Arquivos
Área
IMAGEM CARDIOVASCULAR
Categoria
Iniciação Científica
Autores
ANA BEATRIZ SEIXAS OLIVEIRA, JOSELINA LUZIA MENEZES OLIVEIRA, ENALDO VIEIRA DE MELO, DANIELLE CARVALHO DO CARMO, BEATRIZ CAROLINA DE ARAUJO PEREIRA, FLAVIO MATEUS DO SACRAMENTO CONCEIÇÃO