Dados do Trabalho

Título

Impacto do Abuso de Cocaína no Infarto Agudo do Miocárdio em Pacientes Jovens: Um Relato de Caso

Resumo

Introdução - O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) tem como uma das causas, fora a obstrução coronariana por doença aterosclerótica , a MINOCA, que é o infarto do miocárdio com artérias coronárias não obstruidas. Nessa situação clínica, o paciente tem sintomas de síndrome coronariana aguda, elevação significativa de troponina cardíaca e angiografia coronariana revelando obstrução menor que 50% do lúmen da artéria. O uso de drogas como cocaína pode estar associado a IAM sem artériascoronarianas obstruídas.
Relato de caso- Paciente do sexo masculino, 28 anos, apresentou por volta das 13 horas dor precordial leve agravando ao longo do dia. Às 23 horas, a dor se tornou intensa com início de sudorese e vômitos. O paciente foi levado ao Pronto Atendimento, tendo realizado ECG que evidenciou supra desnivelamento de ST de parede anterior, conforme figura em anexo. Não foi feito trombólise, sendo iniciado Ácido acetil salicílico, Clopidogrel, analgésicos. Dosagem de troponina: 18,33ng/mL( VN- 0,01-0,04 ng/ml). Negava comorbidades e relatava tabagismo há 10 anos. A princípio, o paciente negava uso de drogas ilícitas,mas após alguns dias, acabou admitindo ao médico assistente, uso abusivo de cocaína na madrugada anterior à dor torácica. Foi solicitado Cateterismo cardiaco com o seguinte resultado: Artéria descendente anterior apresentando imagem negativa em 1/3 médio sugestiva de trombo, sem comprometimento importante da luz do vaso com fluxo TIMi-3 e redução luminal em 40% em 1/3 médio. O ecocardiogrma transtorácico evidenciou FE-45% e alterações da contratilidade segmntar. Foi associada anticoagulação plena com Enoxaparina e otimizada terapia para abstinência, porém o paciente evadiu do hospital. Conclusão - Este caso reforça a importância de considerar o abuso de substâncias, como a cocaína, como uma causa potencial de IAM em pacientes jovens. A cocaína pode induzir a eventos isquêmicos através de mecanismos como vasoconstrição e formação de trombos, sem a presença de aterosclerose avançada. O manejo desses pacientes é complexo, exigindo não apenas intervenções cardiológicas, mas também suporte para lidar com a dependência de substâncias. A evasão do paciente ressalta a necessidade de estratégias integradas de tratamento para abordar tanto os aspectos físicos quanto psicossociais da dependência, visando melhorar os resultados e minimizar o impacto na saúde pública.

Palavras Chave

Minoca. Cocaína. Infarto

Arquivos