Dados do Trabalho
Título
Infarto Agudo do Miocárdio secundário a embolização para artérias coronárias provenientes de trombo associado a aneurisma apical de ventrículo esquerdo
Resumo
Introdução: A embolia coronariana é causa incomum de infarto agudo do miocárdio. Os êmbolos coronarianos podem ser provenientes: do átrio esquerdo (associados à fibrilação atrial), do ventrículo esquerdo (associados a um trombo mural em região acinética do VE), das válvulas cardíacas (endocardite vegetante), de material protético intra-cardíaco, de veias periféricas (nos êmbolos paradoxais) e da própria artéria coronária (em aneurismas da artéria coronária). Outros casos de embolia coronária podem estar associados a uso irregular de anticoagulantes, tabagismo, uso de contraceptivos orais e outros estados pró-coagulantes.
Relato do Caso: Masculino, 67 anos, portador de miocardiopatia chagásica e aneurisma apical com trombo, chegou ao Pronto Socorro com quadro de dor precordial típica, associada à supra-desnivelamento do segmento ST em parede inferior do VE. Cateterismo cardíaco: imagem sugestiva de trombo coronário associado à ausência de fluxo em artéria coronária direita (ACD); imagem sugestiva de trombo, não associado a hipofluxo, em segmento proximal de artéria descendente anterior (ADA). Realizado angioplastia para segmento distal de ACD com implante de stent, com obtenção de fluxo coronário TIMI II distal. Mantidos AAS 100 mg/dia, Clopidogrel 75 mg/dia e Enoxaparina 1 mg/kg 12/12 horas). Repetido coronariografia após uma semana: melhora importante do fluxo para ACD e resolução da imagem sugestiva de trombo para ADA proximal. Paciente evoluiu assintomático e recebeu alta com uso de Rivaroxabana (15 mg/dia) associado a Clopidogrel (75 mg/dia). Encontra-se assintomático, em tratamento clínico otimizado, um ano após a embolia coronariana.
Conclusão: Quando o embolo leva à oclusão total do vaso, o uso de dispositivos de aspiração do trombo, de trombólise mecânica (angioplastia) ou química (trombolíticos) do vaso devem ser tentados. Se não há oclusão total e o paciente se mantiver clinicamente estável, pode-se manter o uso de anti-agregantes, anti-coagulantes, anti-isquêmicos e realizar o reestudo da coronária dentro de alguns dias. No caso em questão, foram necessárias tanto a angioplastia por balão imediata para a ACD, quanto o manejo farmacológico para ADA, que permitiu regressão importante do trombo e desaparecimento da estenose naquele vaso, uma semana após o uso do tratamento medicamentoso.
Palavras Chave
Infarto do Miocárdio; Embolia; Miocardiopatias
Área
CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
Categoria
Iniciação Científica
Autores
KATIANE BRITO RAMOS, ADALBERTO TEIXEIRA DA MATTA FLORA NETO, JOÃO PAULO FERREIRA CAMPOS, LUANNA FERNANDA DE OLIVEIRA, LUIZ GUILHERME AMARAL MORISSON, JOÃO LUCAS O’CONNELL