Dados do Trabalho


Título

Anabolizante como fator precursor de infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento de segmento ST em paciente jovem: Um relato de caso.

Resumo

Introdução: Os esteroides anabolizantes-androgênicos (EAA) são drogas que geram um aumento nos níveis de testosterona. Devido ao seu potencial anabólico muscular, é usado de forma indiscriminada. O uso excessivo desse hormônio está ligado a formação de um estado pró trombótico associado a vasoespasmos, gerando aumento da susceptibilidade a eventos de isquemia miocárdica em pacientes jovens. Apresentamos um caso de infarto agudo do miocárdio em um paciente jovem em uso de anabolizantes.
Descrição do caso: Paciente, 37 anos, masculino, usuário de durateston, decadurabolin e pré-treino, rico em ß-alanina e taurina, e sem quaisquer outras comodidades, referiu dor precordial com irradiação para região cervical, associado à sudorese fria, com início durante treino de resistência física. Procurou unidade de atenção secundária, onde ECG evidenciou supradesnivelamento de segmento ST (SST) em parede anterolateral. Realizou-se trombólise com reperfusão. Após terapia trombolítica, foi evidenciado diminuição do SST e inversão de onda T. Administrado Clopidogrel, AAS, e enoxaparina. Na atenção terciária, Ecocardiograma evidenciou hipocinesia septal anterior com acinesia apical e fração de ejeção de 40%. Realizou cateterismo (CATE) onde visualizou tronco de coronária esquerda com imagem sugestiva de trombo no terço médio e descendente anterior (DA) em terço distal com TIMI 3. Paciente permaneceu anticoagulado para re-CATE, no qual apresentou TIMI 3 na DA, com trombo organizado. Optou-se por não intervir sem IVUS, devido ao risco de “no reflow”. Outro ecocardiograma foi realizado, evidenciando FE de 54% sem insuficiência mitral e com VD normal. Realizou-se um terceiro CATE, com auxílio de IVUS, apresentando melhora expressiva no fluxo da DA, redução no volume do trombo e estenose de 50 a 60%, sendo decidido pela não aposição de stent. Paciente recebeu alta com orientação para manutenção por um ano do uso de Enalapril, Metoprolol, Atorvastatina, AAS, Clopidogrel e NOAC.
Conclusões: Os EAA possuem um papel relevante como um mecanismo de patogênese coronariana, evidenciada pelo paciente de 37 anos usuário desses componentes para fins estéticos e sem demais comorbidades identificadas. É necessário avaliar esse fator de risco em indivíduos jovens com síndrome coronariana aguda. A escassez de estudos a respeito do tema que esclareçam a razão de risco real desses pacientes por meio de mecanismos fisiopatológicos já estabelecidos é evidente.

Palavras Chave

Infarto Agudo do Miocárdio; Anabolizantes

Arquivos

Área

DOENÇA CORONÁRIA AGUDA E CRÔNICA / TROMBÓLISE

Categoria

Iniciação Científica

Autores

LEONARDO BRITO DE SOUZA, GERMANO FREIRE BEZERRA FILHO, FELIPE ALBUQUERQUE COLARES, NICOLE AIRES PERAZOLO, ARTUR DIÓGENES VASQUES FARIAS, LUIZ FILIPE TORRES DE ALENCAR, DANIELLI OLIVEIRA DA COSTA LINO