Dados do Trabalho


Título

Miocardite aguda fatal em vigência de infecção viral por influenza em mulher de 34 anos

Resumo

A miocardite ocorre comumente em pacientes jovens, com dor torácica típica ou atípica e coronárias normais, após infecção viral respiratória ou intestinal. A forma aguda pode mimetizar IAM, com anormalidades no eletrocardiograma (ECG) como infra ou supradesnivelamento do segmento ST, elevação das enzimas cardíacas e instabilidade hemodinâmica. Manifestações clínicas incluem dor torácica aguda anginosa ou pericárdica, dispneia de início recente ou progressiva nos últimos três meses, palpitações ou taquicardias frequentes, síncope, entre outros. A doença pode se apresentar de quatro formas sendo a de condições ameaçadoras da vida a de pior prognóstico. Mulher de 34 anos de idade, sem doenças cardíacas prévias, admitida em sala vermelha devido a quadro de palpitações, associado a vômitos e sudorese excessiva, iniciado algumas horas antes. Evoluiu com quadro de instabilidade hemodinâmica, sendo assim monitorizada de forma contínua, colocado oxigênio e administrada noradrenalina. Foram realizados exames laboratoriais, sorologias virais, eletrocardiograma, tomografia computadorizada de urgência, ECG e a paciente alocada para leito de isolamento devido a teste rápido para influenza positivo. No ECG presença de taquicardia sinusal com supradesnivelamento de segmento ST e exames laboratoriais indicativos de infecção ativa, aumento de troponina, e distúrbio metabólico. A paciente havia apresentado sintomas gripais inespecíficos três dias antes da admissão, e não tinha histórico pessoal ou familiar de doença cardiovascular. Após algumas horas da admissão, apresentou piora do quadro clínico, evoluindo com piora da hipotensão a despeito da droga vasoativa e sinais de esforço respiratório. Realizado procedimento para obtenção de via aérea avançada por intubação orotraqueal, sem sucesso, passagem de máscara laríngea e após cricotireoidotomia. Retomado o padrão ventilatório, apresentou bradicardia seguida de assistolia e foram iniciadas manobras de compressões torácicas e administração de drogas vasopressoras e antiarrítmicas. Retorno da circulação espontânea após dois ciclos de ressuscitação cardiopulmonar. Apresentou nova parada cardiorrespiratória, retomadas as manobras por mais 20 minutos, sem retorno da circulação espontânea e de ritmo passível de cardioversão elétrica. Declarado o óbito e realizados os cuidados pós-morte. A caracterização da forma da doença como condição ameaçadora da vida pode ser capaz de mudar o desfecho desse pequeno subgrupo de pacientes.

Palavras Chave

Infarto Agudo do Miocárdio; Miocardite; Eletrocardiograma

Arquivos

Área

CARDIOINTENSIVISMO / EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES

Categoria

Iniciação Científica

Autores

VITÓRIA ALVES SCHIMIDT, MARCELLA OLIVEIRA DAL BELLO, RENAN CHAVES CUSTODIO, GABRIELA SALVADOR, CRÍSSIE DEL’OMO SOARES BARBIERI, GABRIEL HERRMANN DANESI