Dados do Trabalho

Título

Internações hospitalares para correção de Tetralogia de Fallot em crianças e adolescentes na região Norte: Análise epidemiológica de uma década

Resumo

Introdução: A Tetralogia de Fallot (ToF) é uma cardiopatia congênita do tipo cianótica de maior incidência. A sua característica principal é o desalinhamento do septo infundibular que resulta em dextroposição da aorta sobre o septo interventricular, dentro de um defeito do septo ventricular grande, causando obstrução do trato infundibular ventricular direito. Nessa situação, a válvula pulmonar apresenta estenose e o tronco pulmonar e artérias são hipoplásicos. Essa obstrução causa hipóxia crônica. O tratamento definitivo consiste em correção via procedimentos.
Objetivo: Analisar epidemiologicamente as internações hospitalares para correção de ToF e suas variantes em crianças e adolescentes na região Norte de 2014 a 2023.
Métodos: Estudo ecológico e quantitativo, realizado em abril de 2024, utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares/SUS. As variáveis coletadas foram: Região/Unidade da Federação, dias de permanência, caráter do atendimento, óbitos e taxa de mortalidade.
Resultados: Ocorreram 180 internações para correção de ToF e variantes em crianças e adolescentes no Norte na década analisada. Há registros apenas no Amazonas (40%), Pará (58,88%) e Tocantins (1,11%). Em relação aos anos, 2019 apresentou 17,77% e 2022 16,11%. Além disso, 95 casos foram de urgência e 85 eletivos. Em relação aos dias de permanência, foram registrados 1.896 ao todo, 3,42% (65) em 2014, 9,07% (172) em 2015, 5,59% (106) em 2016, 6,32% (120) em 2017, 10,49% (199) 2018, 14,87% (282) em 2019, 9,22% (175) em 2020, 9,54% (181) em 2021, 17,82% (338) em 2022 e 13,6% (258) em 2023. Ocorreram 20 óbitos, sendo 30% em 2020. Amazonas e Pará registraram óbitos (11 e 9). A taxa de mortalidade foi 11,11; 2014 registrou os menores índices.
Conclusão: A pesquisa permitiu analisar, satisfatoriamente, as internações para correção de ToF e suas variantes na região Norte no período. O maior número de procedimentos ocorreu em 2019 e em caráter de urgência. Dos 7 estados, apenas 3 realizaram procedimentos durante a década, ocorrendo mais de 50% no Pará e o Amazonas registrou o maior número de óbitos. Em 2014 não houve óbito e em 2020 houve 30%. A taxa de mortalidade variou, sendo menor em 2014 e maior em 2020. Em relação aos dias de permanência, a maioria foi em 2022, enquanto, 2014, 2016 e 2017 obtiveram os menores valores. Diante dos dados coletados, ressalta-se a necessidade da expansão de realização dos procedimentos descritos, para melhor cobertura da população e intervenção precoce.

Palavras Chave

Epidemiologia; Região Norte do Brasil; Tetralogia de Fallot

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