Dados do Trabalho


Título

DISSECÇÃO ESPONTÂNEA DE CORONÁRIA EM PACIENTE PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO: UM RELATO DE CASO

Resumo

Introdução: A dissecção espontânea de artéria coronária (DEAC) é definida pela separação da parede da artéria coronária com a presença de hemorragia intramural causada por causas não traumáticas, não ateroscleróticas e não iatrogênicas, que cursam isquemia miocárdica. A prevalência é maior em mulheres que possuem risco cardiovascular baixo. Pacientes com DEAC podem cursar com a mesma sintomatologia que a síndrome coronariana aguda. Os pacientes geralmente possuem um fator precipitante e a sua causa é multifatorial, incluindo doenças do tecido conjuntivo e doenças inflamatórias sistêmicas. Apresentamos um caso de paciente com DEAC após transplante hepático.Descrição do caso: Paciente de 43 anos, sexo feminino, hipertensa, ex tabagista e com histórico de transplante hepático por doença policística que ocorreu 45 dias antes da admissão, procurou o serviço de emergência com quadro de dor precordial de forte intensidade, em queimação, com irradiação para o dorso, de duração de 30 minutos, em repouso, associada a sudorese e náuseas, refere um único episódio semelhante 6 dias antes, porém de menor intensidade, cedendo com analgésicos. Na admissão apresentava eletrocardiograma (ECG) com padrão de Wellens tipo B e elevação de enzimas cardíacas, realizou cateterismo (CATE) que evidenciou afilamento no terço médio distal da artéria descendente anterior (DA), com padrão sugestivo de dissecção de coronária. Ecocardiograma (ECO) demonstrou hipocinesia apical e do segmento apical da parede anterosseptal e anterior do ventrículo esquerdo (VE) com fração de ejeção preservada de 60%. Durante o internamento, paciente apresentou novo episódio de dor com características semelhantes, foi otimizado tratamento com betabloqueador e discutido com a equipe do transplante hepático acerca das medicações em uso (Tacrolimus, Micofenolato e Prednisona), optando pela redução do corticoide. Após ajuste a paciente evoluiu sem dor, sem necessidade de novo CATE, sendo conduzida com tratamento clínico e boa resposta à terapia instituída.
Conclusões: A alta dose de corticosteróides recebidos pela paciente após transplante hepático deve ter sido a causa precipitadora da DEAC. Houve boa evolução clínica após redução da dose de corticosteróides e terapia para controle de dor torácica com beta-bloqueador. A terapia medicamentosa deve ser a preferência em casos de ausência de instabilidade hemodinâmica e quando a dissecção não ocorre no tronco da coronária esquerda.

Palavras Chave

Dissecção espontâneo de coronária; Transplante hepático; Corticosteroides

Área

DOENÇA CORONÁRIA AGUDA E CRÔNICA / TROMBÓLISE

Categoria

Iniciação Científica

Autores

FELIPE ALBUQUERQUE COLARES, LEONARDO BRITO DE SOUZA, NICOLE AIRES PERAZOLO, MARINA ANDRADE NORÕES BEZERRA, ARTUR DIÓGENES VASQUES FARIAS, JOÃO MACEDO COELHO NETO, DANIELLI OLIVEIRA DA COSTA LINO, LARISSA ALENCAR ARARIPE GURGEL