Dados do Trabalho
Título
Mortalidade por Síndromes Hipertensivas Gestacionais na Região Norte: um perfil epidemiológico de 2013 a 2022
Resumo
OBJETIVO: Caracterizar a mortalidade associada à Síndrome Hipertensiva Gestacional (SHG) na Região Norte entre os anos de 2013 a 2022. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de natureza transversal, descritiva e quantitativa, utilizando dados provenientes do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Para estratificar a mortalidade por SHG foram utilizadas as seguintes variáveis: hipertensão pré-existente complicando a gravidez, o parto e o puerpério, distúrbio hipertensivo pré-existente com proteinúria superposta, hipertensão gestacional sem proteinúria significativa, eclâmpsia, hipertensão gestacional com proteinúria significativa e hipertensão materna não especificada. Devido à abordagem do estudo, que se baseia na utilização de dados secundários, a avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa foi dispensável. RESULTADOS: Durante o período de 2013 a 2022, foram notificados 18.150 óbitos maternos no Brasil, sendo a Região Norte a terceira com maior número registrado (14,13%; n=2.566). Desses casos, 524 correspondem à variáveis relacionadas à SHG, representando 20,42%. Dentre os estados dessa região, o Pará lidera em número de óbitos (51,33%; n=269), seguido pelo Amazonas (23,85%; n=125), Tocantins (7,82%; n=41), Amapá (5,34%; n=28), Rondônia (5,15%; n=27) e Acre (3,81%; n=20). Além disso, destaca-se o estado de Roraima com menor número de casos (2,67%; n=14). Na década analisada, o pico de óbitos ocorreu no ano de 2019, com 61 mortes, sendo seguido de uma diminuição de 26,22% no ano de 2020, que registrou 45 mortes. Essa diminuição se mostrou constante até 2022, que registrou 54 mortes, representando um aumento de 20%. Sobre as mulheres acometidas, a maioria possuía idade entre 15 a 24 anos (39,50%; n=207), pardas (72,90%; n=382), com 8 a 11 anos de estudo (37,02%; n= 194), solteiras (38,35%; n=201). A maioria dos óbitos ocorreu durante o puerpério em até 42 dias (58,39%; n=306). CONCLUSÃO:A análise da Síndrome Hipertensiva Gestacional na Região Norte indica a necessidade de uma investigação mais detalhada para compreender os padrões específicos nessa área geográfica. Embora seja uma condição bem compreendida e com protocolos estabelecidos, continua sendo um problema significativo em termos de mortalidade materna, visto que representa ¼ da mortalidade na região estudada. Dados adicionais e estudos complementares são essenciais para identificar lacunas nos serviços de saúde que possam mitigar a incidência e gravidade da SHG nesta região.
Palavras Chave
Hipertensão Gestacional; Perfil Epidemiológico; Hipertensão Induzida por Gravidez
Área
CARDIOLOGIA DA MULHER
Categoria
Iniciação Científica
Autores
MARIA EDUARDA GARCIA AZEVEDO, HENRICK VINICIUS PRADO DANTAS, LAIZA MARCELLY VIEIRA VALENTE, HANNA MORAES DOS SANTOS, LAYLA TALISSA FERREIRA, KAUÊ MAGALHÃES CASTRO DOS SANTOS, TALITA ALVES HARROP , GISELE ROCHA LOPES, WILLIAN ALVES COSTA