Dados do Trabalho


Título

Correção de Anomalia de Ebstein no Idoso

Resumo

INTRODUÇÃO: A anomalia de Ebstein (AE) é uma doença cardíaca congênita rara da válvula tricúspide, e menos de 5% dos pacientes sobrevivem além dos 50 anos de idade.
RELATO DE CASO: Paciente masculino, 67 anos, com diagnóstico tardio de AE, grande atrialização do ventrículo direito (VD) com redução desta cavidade e regurgitação tricúspide moderada. Indicado tratamento cirúrgico devido à intolerância progressiva ao exercício, episódios de fibrilação atrial e sintomas de Insuficiência Cardíaca (IC) Classe funcional (CF) III da NYHA. Indicado correção cirúrgica da AE com técnica do cone com resultado satisfatório. Ecocardiograma (ECO) pós-operatório com disfunção discreta de VD e regurgitação tricúspide moderada. Após uma década da correção cirúrgica evoluiu com hiperfluxo com hipertensão pulmonar, dilatação acentuada de câmaras cardíacas direitas e iinsuficiência tricúspide de grau acentuado visualizados ao ECO. Ressonância magnética de coração ratificou aumento de átrio direito e de VD, em especial de sua via de saída, com válvula tricúspide de inserção baixa, além de inversão do septo interventricular com ventrículo esquerdo VE de dimensões reduzidas. Apesar das alterações hemodinâmicas, paciente se mantém bastante ativo e em CF I NYHA (em tratamento medicamentoso com amiodarona, varfarina, espironolactona, carvedilol, furosemida, sildenafil e digoxina).
CONCLUSÃO: A apresentação clínica da AE varia amplamente, dependendo da anormalidade anatômica. A morfologia da válvula tricúspide é altamente variável, com folhetos demonstrando delaminação falhada e aderências ao miocárdio, frequentemente resultando em regurgitação severa. O deslocamento da válvula divide o ventrículo direito em duas câmaras: uma proximal, denominada VD atrializado, e outra distal, de tamanho variável, chamada de VD funcional. A técnica do cone para o tratamento da AE vem sendo utilizada desde 1989 com baixa mortalidade hospitalar (3,8%) em relação à de Danielson (5,8%) e a de Carpentier (9%). A correção da insuficiência tricúspide por plastia, sem necessidade de substituição valvar, associa-se a remodelamento reverso do coração na maioria dos pacientes, o que não ocorreu no caso descrito, mas houve importante melhora clínica sem necessidade de reintervenção.

Palavras Chave

Anomalia Ebstein; Cardiopatia Congênita; Cirurgia do Cone

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA CONGÊNITA E PEDIÁTRICA

Categoria

Iniciação Científica

Autores

VINICIUS DE MEDEIROS NOBRE, ISABELLA CAROLINE DE FREITAS DOMINGOS, LUCCA ALBUQUERQUE DAMIAO CORREA DA COSTA, NATHALIA SANTOS E COSTA LUPATINI CHRISPIM