Dados do Trabalho


Título

Dissecção espontânea de artéria coronária em mulher jovem

Resumo

Introdução: A dissecção espontânea de artéria coronária (DEAC) é uma causa pouco comum, porém cada vez mais reconhecida de Síndrome Coronariana Aguda (SCA), afetando principalmente mulheres jovens e sem fatores de risco cardiovascular. Entretanto, mesmo com tal perfil epidemiológico, a hipótese de SCA sempre deve ser aventada.

Descrição do caso:
Mulher de 26 anos, nulípara, sem comorbidades e sem fatores de risco cardiovascular, encaminhada ao pronto-socorro de hospital terciário devido à queixa de dor torácica. Referia que naquela manhã estava em repouso, quando iniciou, de forma súbita, uma dor retroesternal em pontada, com piora no momento da chegada ao serviço de urgência e emergência, associada à parestesia de membro superior esquerdo. Na chegada ao serviço, mantinha-se estável hemodinamicamente, e sem demais achados ao exame físico. Porém, ao eletrocardiograma (ECG) havia a apresentação de supradesnivelamento do segmento ST em DII, DIII, aVF, V3, V4, V5 e V6. Devido à ausência de comorbidades, fatores de risco cardiovascular e pelo perfil epidemiológico, foi aventada a hipótese inicial de pericardite, sendo medicada com AINE e dipirona, com melhora significativa da dor. No entanto, paciente apresentou curva ascendente de troponina (1ª Troponina 4169,7 ng/mL; 2ª troponina 18943,4 ng/mL) com alteração dinâmica em ECG no período de 3 horas. Paciente foi submetida à cineangiocoronariografia, a qual demonstrou falha de enchimento no segmento distal da artéria descendente anterior, sugestiva de DEAC, sendo optado pelo tratamento conservador. Imediatamente após, foi realizado ecocardiograma transtorácico, o que demonstrou fração de ejeção de 54%, com hipocinesia difusa do ventrículo esquerdo (VE) com predomínio apical e função sistólica do VE limítrofe.
Paciente foi internada em unidade coronariana. Foi solicitado painel sorológico composto por anti-DNA, anti-RO, anti-la, anti-cardiolipina IGG e IGM, FAN, proteína C, proteína S, Fator V, fator reumatoide. No entanto, todos com resultados negativos.
Paciente apresentou boa evolução clínica, sem novos episódios anginosos. Recebeu alta após 6 dias de internação, em uso de AAS 100mg uma vez ao dia. Segue em acompanhamento ambulatorial.

Conclusão:
A DEAC é uma das apresentações da SCA, mais comum em pacientes jovens, principalmente mulheres, sem fatores de risco cardiovascular. O tratamento depende da gravidade do paciente. No entanto, a abordagem conservadora está associada a melhores desfechos.

Palavras Chave

infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento de segmento ST; Dissecção espontâneo de coronária

Arquivos

Área

DOENÇA CORONÁRIA AGUDA E CRÔNICA / TROMBÓLISE

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

VITOR CASTRO TAVARES, LEONARDO MAROSTICA ALVES SILVA, RENATO COUTO SOARES CAVERSAN, THAIS MESQUITA BARROS, ENRICO DE LOSSO SENEME, CASSIO GUILHERME SANFELICE NOGUEIRA, FABIO SALERNO RINALDI, JOÃO CARLOS MORON SAES BRAGA