Dados do Trabalho


Título

Roubo de fluxo da mamária . Utilização não usual do iFR para decisão terapêutica

Resumo

Caso
GBS masculino, de 65 anos, HAS, DM, portador de ICFER e angina.
Coronariografia demonstrou doença obstrutiva multiarterial.
Realizada revascularização incompleta, com safena para coronária direita e mamária esquerda para descendente anterior(DA).
Alta com tratamento clinico pleno, permanecendo sintomático e com piora progressiva da classe funcional, até para pequenos e mínimos esforços.
Após 80 dias o paciente deu entrada na emergência, e realizada nova coronariografia que identificou lesão grave da circunflexa(CX) e ramo ladrão da mamária para o tórax.
Realizada angioplastia da CX, mas o paciente permaneceu com quadro congestivo e anginoso. Optamos pela avaliação da possível influência do roubo de fluxo no quadro clínico.
Realizamos cateterização simultânea da coronária esquerda e da mamária, ambas com cateter guia.
Posicionamos na DA distalmente o fio do iFR e no ramo lateral “ladrão” posicionamos corda guia 0,014” e balão.
Realizamos as medidas do iFR na DA, com um balão no ramo, ora insuflado, ora desinsuflado, para demonstrar o componente hemodinâmico. ¨Roubo do fluxo¨. (iFR 0,83 e 0,96 com balão desinsuflado e insuflado respectivamente)
Utilizamos 7 molas até que houvesse exclusão do ramo.
Realizamos follow up clínico em 3 e 6 meses com melhora clínica expressiva e por angio tc em 12 meses com exclusão do ramo.
Paciente encontra-se em classe funcional I e sem angina.
Discussão:
A descrição de um grande ramo lateral da mamária, como responsável por roubo de fluxo da DA pós revascularização miocádica é bem conhecida. É descrito que o fluxo ocorre de forma preferencial para o ramo, pois a pressão diastólica final no ventrículo esquerdo é superior a pressão diastólica no tecido irrigado pelo ramo. Porém nem todos os ramos merecerão tratamento.
Não encontramos na literatura a utilização do iFR para este fim e, portanto, mais estudos serão necessários para estabelecer o método como parâmetro confiável.
Conclusão
A condição clínica do paciente impedia a realização de métodos não-invasivos e por esse motivo buscamos demonstrar a variação de fluxo que ocorreria com a exclusão do ramo lateral, que ficou bem evidente pela diferença dos valores de iFR – 0,96 e 0,83.
Houve melhora expressiva da condição clínica do paciente, sendo realizado seguimento clínico em 3, 6 e 12 meses, permanecendo assintomático neste período.
O iFR demonstrou ser um método rápido, simples e seguro para essa avaliação.

Palavras Chave

roubo de fluxo; cirurgia de revascularização do miocárdio; ifr

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

Categoria

Pesquisador

Autores

BERNARDO KREMER DINIZ, MARCELLO AUGUSTUS DE SENA, RODRIGO RODRIGUES DA SILVA