Dados do Trabalho


Título

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA: ANÁLISE DA MANUTENÇÃO OU SUSPENSÃO DAS MEDICAÇÕES EM DOIS PERÍODOS DISTINTOS

Resumo

INTRODUÇÃO: O tratamento da insuficiência cardíaca (IC) tem como principal pilar o uso de medicamentos redutores de mortalidade. Recomenda-se a manutenção destes durante a internação por IC descompensada; porém, a suspensão frequentemente é feita sem que exista uma justificativa clínica.
OBJETIVO: Analisar o impacto da suspensão inadvertida dos medicamentos redutores de mortalidade na IC descompensada.
MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectivo unicêntrico que incluiu pacientes internados por IC descompensada entre setembro/2023 e abril/2024. Os pacientes foram analisados conforme manutenção ou suspensão de medicamentos redutores de mortalidade durante internação: manutenção de todos os medicamentos (grupo 1); suspensão de um ou mais medicamentos com justificativa clínica (grupo 2); suspensão inadvertida, i.e., sem justificativa clínica (grupo 3). Os desfechos analisados foram óbito intra-hospitalar e readmissão de urgência em até 30 dias após alta. A taxa de suspensão inadvertida e a mortalidade foram comparadas com um braço histórico (dezembro/2018 a fevereiro/2020). Análise estatística compreendeu teste do qui-quadrado, teste ANOVA one-way, teste de Fisher e teste t-student.
RESULTADOS: Foram incluídos 106 pacientes, 50,9% do sexo feminino, média de idade 65,4 ±14 anos, fração de ejeção média 33% ±11%. O perfil B de descompensação foi o mais observado (50,9%). 59 pacientes constituíram o grupo 1 (55,7%), 18 pacientes o grupo 2 (17,0%) e 29 pacientes o grupo 3 (27,3%). Comparando os grupos 1, 2 e 3, a taxa de readmissão em 30 dias foi de 59,3% vs 61,1% vs 55,2% (p=0,24) e a mortalidade intra-hospitalar foi de 5,1% vs 11,1% vs 10,3% (p=0,21). A mortalidade da amostra total nesta análise foi de 7,5%, enquanto na análise anterior (braço histórico) foi de 16,2% (p=0,02). A taxa de suspensão medicamentosa inadvertida foi de 27,3% na análise atual vs 25,3% no braço histórico (p=0,67).
CONCLUSÃO: Observou-se tendência a maior mortalidade na IC descompensada quando houve suspensão medicamentosa, independentemente de haver motivo médico ou não, porém sem diferença estatisticamente significativa. Houve elevada taxa de readmissão em 30 dias após alta, sendo semelhante entre os grupos 1, 2 e 3. Verificou-se redução significativa da mortalidade no período atual em comparação com o braço histórico. São necessários protocolos para nortear o manejo de pacientes admitidos por IC e evitar suspensão inadvertida das medicações recomendadas.

Palavras Chave

Insuficiência Cardíaca; Hospitalização; Suspensão de Tratamento

Área

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE

Categoria

Iniciação Científica

Autores

RAMONA DUTRA ULIANA, BEATRIZ FAUSTINI BAGLIOLI DE LOYOLA, LARA DE FREITAS LARANJA, RAFAELA SORICE BARACHO FABRIZ, GABRIEL DAHER SARDINHA, NATHÁLIA PERINI ZAMPROGNO, JOÃO PAULO MOULIN AUAD, LARISSA NOVAES PAGANINI, LAYLA PASOLINI LOTT, LUCAS CRESPO DE BARROS, LUIZ FERNANDO MACHADO BARBOSA, ROBERTO RAMOS BARBOSA