Dados do Trabalho


Título

Prevalência do uso de cigarros eletrônicos por estudantes de medicina

Resumo

Os cigarros eletrônicos (CE) exerciam a função de ajudar fumantes a pararem de fumar cigarros tradicionais. No entanto, o seu uso frequente ocasiona danos à saúde relacionados ao estresse oxidativo, distúrbio plaquetário e disfunção endotelial, o que aumenta o risco de eventos cardiovasculares, como trombose, aterosclerose e hipercolesterolemia. Isso é particularmente preocupante, pois notou-se o crescimento de seu uso por jovens, além de agir como porta de entrada para o tabagismo tradicional. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo analisar a prevalência, conhecimento e grau de dependência do CE em estudantes de medicina de uma universidade privada por meio de um questionário eletrônico. Também foi avaliado o grau de dependência dos estudantes mediante ao Teste de Fagerström adaptado para CE. Dos entrevistados, 51,6% são do sexo feminino e 48,4% do sexo masculino, com predominância da faixa etária entre 20-24 anos. No que tange ao uso de CE, 73,07% não usa regularmente, 14,8% usa apenas em eventos sociais e 12,08% usa regularmente. Dentre os usuários regulares, a maior parte não faz uso concomitante com cigarro tradicional (24,7%)e possui planos para parar o uso (17,03%). A maior parte dos entrevistados iniciou o uso há pelo menos um ano (46,9%). Sobre o conhecimento dos alunos a respeito dos aspectos prejudiciais do uso de CE, grande parte (64,8%) concorda que os cigarros eletrônicos são mais prejudiciais do que os cigarros tradicionais e 57% é fortemente a favor da proibição do uso de cigarros eletrônicos em locais fechados. Em relação ao grau de dependência dos usuários, 31,7% apresentou baixa, 27,2% alta, 22,7% muito baixa, 13,6% muito elevada e 4,5% média dependência. Somando-se os usuários que apresentaram dependência alta ou muito elevada (40,8%), fica evidente que é um dispositivo que leva ao vício, ao contrário da ideia de que os cigarros eletrônicos fornecem uma alternativa mais segura. A prevalência do uso de cigarros entre os estudantes de medicina é maior do que a prevalência nacional (12,2%), embora o presente estudo indique que eles, em sua maioria, têm conhecimento sobre os riscos acerca do uso frequente desses dispositivos para a saúde. Finalmente, os dados confirmam a tendência desses dispositivos em atrair jovens e não usuários de cigarros tradicionais devido a sua palatabilidade e variabilidade de aromas disponíveis, e seu elevado grau de dependência pode ser uma possível porta de entrada para produtos de nicotina.

Palavras Chave

CIGARROS ELETRÔNICOS; prevenção primária; Prevalência

Área

ATEROSCLEROSE / FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES / PREVENÇÃO CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

BEATRIZ OLIVEIRA SPINA, CAROLINE MARGONATO CARDOSO