Dados do Trabalho


Título

Qual atitude tomar diante de um quadro de hipotensão refratária após TAVI?

Resumo

A prevalência de estenose aórtica aumenta com a idade e o tratamento consiste na correção feita por cirurgia de substituição valvar. Ainda assim, 33% dos pacientes não têm essa recomendação devido ao risco cirúrgico e à mortalidade. Uma segunda opção é o implante valvular aórtico transcateter (TAVI), que foi implantada pela primeira vez em 2002.
O caso aborda paciente de 74 anos, sexo feminino, previamente hipertensa, diabética, obesa e dislipidêmica, com queixa de dispneia aos esforços, com classe funcional NYHA III e diagnosticada com estenose aórtica importante. Euro SCORE II: 2,41%. Ao ecocardiograma transtorácico apresentou aorta ascendente: 29mm, átrio esquerdo: 40mm, septo: 15 mm e fração de ejeção: 74%. Valva aórtica espessada, intensamente fibrocalcificada, abertura e mobilidade reduzidas. Refluxo de grau discreto. Área valvar de 0,54 cm², gradiente sistólico máximo de 124 mmHg e médio de 77mmHg, Velocidade de pico 5,0m/s.
Pela angiotomografia de coronárias, foi evidenciado artéria coronária esquerda baixa, folheto esquerdo longo, junção sinotubular pequena e calcificada. Após Heart Team, optou-se por realizar TAVI, com prótese balão-expansível.
No procedimento, foi realizado aortografia, pré dilatação com balão 20x40mm com injeção de contraste simultâneo (ballon sizing) Cateter terapêutico JL 4.0 6F, fio guia 0,014” extra suporte em artéria circunflexa, stent 4.0 x 12mm com intuito de impedir fechamento da saída da coronária esquerda. Procedeu-se com o posicionamento e liberação da bioprótese, então a paciente evoluiu com hipotensão grave e instabilidade hemodinâmica. Observou-se que houve descrimpagem do stent e foi realizada tentativa de recuperação com auxílio de um cateter de extensão e balão 1,5 x 15mm, porém, sem sucesso. Então, foi liberado stent 4.0 x 16 mm e realizado sepultamento do primeiro stent com sucesso.
Ecocardiograma transtorácico pós procedimento sem refluxo paravalvular, gradiente médio final de 2mmHg e sem alteração contrátil segmentar. Não apresentou complicações no seguimento intra-hospitalar, recebendo alta no quarto dia após o procedimento.
Como aprendizado diante de casos que evoluem com hipotensão grave e instabilidade após liberação da prótese, é importante rastrear imediatamente possíveis complicações, como ventrículo suicida, oclusão coronariana, perfuração ou laceração do ventrículo esquerdo ou aorta, rotura de anel.

Palavras Chave

Implante valvular aórtico transcateter; Complicações

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

FABÍOLA BARBOSA CAMPOS CARRIJO, MARCOS VINICIUS DA SILVA, DANILO OLIVEIRA DE ARRUDA JUNIOR, PEDRO ALEXANDRE NASCIMENTO CARVALHO, DANILO OLIVEIRA DE ARRUDA, MARIA CÂNDIDA OLIVEIRA DE ARRUDA, ANA PAULA ARRUDA FRAGA, LOHRAYNE DE PAULA BORGES, MICHELLE GONÇALVES BIRTCHE