Dados do Trabalho


Título

SARCOMA INTIMAL EM ÁTRIO ESQUERDO: UMA CAUSA RARA DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SUBAGUDA

Resumo

Introdução
Tumores cardíacos são raros, com incidência de 1,38/100 milhões de pessoas, sendo os malignos encontrados em adultos jovens, sem distinção de gênero. O sarcoma é mais o comum, com sintomas que podem ser inexistentes ou inespecíficos. A sobrevida é breve e a cirurgia geralmente está indicada, pois melhora o prognóstico, juntamente com terapias adjuvantes.

Descrição do caso
Feminino, 23 anos, sem comorbidades conhecidas, com palpitações e dispneia há 19 dias, com piora progressiva. Taquicárdica e hipotensa, com sopro sistólico regurgitativo +4/6 em foco mitral. Eletrocardiograma com taquicardia sinusal e padrão “S1Q3T3”. D-dímero e Troponina I de Alta Sensibilidade com valores 10 vezes acima do limite superior da normalidade. Angiotomografia de tórax descartou embolia, mas evidenciou imagem em átrio esquerdo de 60 mm, sugestiva de trombo (Figura 1A). Ao ecocardiograma, aumento importante de átrio esquerdo, valva mitral com massa heterogênea de contornos regulares, em íntimo contato com a cúspide posterior e parede lateral do átrio esquerdo, medindo 62 x 34 mm, gerando obstrução dinâmica com gradiente médio de 19 mmHg, com refluxo moderado excêntrico do Doppler, direcionado para septo interatrial; interrogada a possibilidade de tumor cardíaco (Figura 1B). Submetida à cirurgia de urgência, na qual foi ressecado o tumor (Figura 1C) com pontos de aderência em face posterior do átrio esquerdo em contiguidade com a veia pulmonar inferior esquerda. O exame anatomopatológico revelou sarcoma fusocelular de alto grau com padrões histológicos diversos e diferenciação heteróloga para osteossarcoma, com amplificação do gene MDM2, critérios que definem o sarcoma intimal. Após duas semanas, ressonância magnética revelou nova massa, sugerindo recorrência tumoral. Segue com adjuvância. O caso encontra referências quanto à faixa etária, aos sintomas apresentados e ao tipo de tumor. A hipótese de embolia pulmonar deveria de fato ter sido aventada e foi sustentada pelos exames iniciais. Fato importante foi a angiotomografia, que não revelou obstruções arteriais, mas identificou a massa melhor caracterizada pelo ecocardiograma. O tempo entre diagnóstico e intervenção cirúrgica foi de apenas 24h, destacando-se a integração entre as equipes assistentes.

Conclusão
Sarcoma cardíaco é uma doença rara com diagnóstico desafiador. O tratamento cursa com a ressecção cirúrgica acompanhada por adjuvância. O prognóstico é reservado, com sobrevida média de 1 ano.

Palavras Chave

Sarcoma; Insuficiência Cardíaca.

Arquivos

Área

CARDIO-ONCOLOGIA

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

JOÃO MARCOS DE MENEZES ZANATTA, RENATO CUNHA PENA , GEANETE POZZAN, OTAVIO CESAR CRUZ SANTOS , OLÍVIO GONÇALVES JUNIOR, RICARDO KAZUNORI KATAYOSE, JANUARIO MANOEL DE SOUZA