Dados do Trabalho
Título
Estamos equiparando o tratamento e o prognóstico de homens e mulheres no IAM com supra de ST?
Resumo
Introdução: O infarto agudo do miocárdio com supra de ST (IAMCSST) é uma importante causa de morbimortalidade no Brasil e no mundo. Apesar de estudos prévios sugerirem disparidades entre os sexos em relação aos fatores de risco, fisiopatologia, sintomatologia, tratamento e prognóstico no IAMCSST, faltam estudos locais e contemporâneos que validem esses achados. Objetivo: Comparar os perfis clínico, epidemiológico, tempos de atendimento e desfecho intra-hospitalar de homens e mulheres acometidos por IAMCSST. Métodos: Estudo observacional, retrospectivo e com dados primários. Foram incluídos todos os pacientes admitidos com IAMCSST encaminhados para angioplastia primária (ATC) em um hospital particular, entre janeiro de 2021 e dezembro de 2023. Os dados foram obtidos de prontuário eletrônico durante a internação dos pacientes. Resultados: Foram incluídos 75 pacientes, dos quais 30,7% eram mulheres, 70,7% eram hipertensos, 34,7% diabéticos, 50,7% dislipidêmicos, 20% obesos e 10,7% tabagistas atuais. 93,3% foram submetidos a ATC, sendo a via radial em 91,9%. A dupla antiagregação foi composta por AAS e prasugrel ou ticagrelor em 86,7%. Não houve complicação vascular (CV) descrita e 2,7% apresentaram hematomas no sítio de punção. Quando comparamos as mulheres com os homens, elas tiveram mediana de idade mais elevada 73,0 anos x 62,5 anos, p=0,002. A mediana do escore GRACE foi para mulheres e homens, respectivamente 124 x 110,5 p= 0,056. A FE foi 54% em mulheres e 53% em homens (p=0,752). Os tempos sintoma-porta, porta-ECG e porta-reperfusão foram, entre homens e mulheres, em minutos, respectivamente, 159 x 112 (p= 0,717) e 8 x 7 (p=0,406) e 80 e 83 (p=0,719). A utilização de prasugrel e ticagrelor foi maior em homens (p=0,047 e p=0,012). A incidência de hematoma, CV e óbitos foi semelhante entre os grupos. Conclusão: Em um registro contemporâneo de pacientes com IAMCSST de um hospital da rede privada, em que 30% dos pacientes eram mulheres, apesar de serem mais idosas e utilizarem mais frequentemente antiagregação de maior potência, não houve diferença estatisticamente significativa nos tempos que refletem autorreconhecimento, busca por atendimento e agilidade no diagnóstico médico. O protocolo de atendimento com acesso radial predominante e ATC também não foi diferente, bem como as complicações vasculares e óbito. O número limitado de pacientes pode não ter identificado potenciais diferenças e estudos maiores devem ser realizados para confirmar esses achados.
Palavras Chave
IAM; Mulheres; tempos de atendimento
Arquivos
Área
CARDIOLOGIA DA MULHER
Categoria
Iniciação Científica
Autores
HELOÍSA GONZAGA MENEZES DE MORAES, MARIELA GOMES BOTELHO CARNEIRO, MARIANNA DEWAY ANDRADE DRACOULAKIS