Dados do Trabalho


Título

EFEITOS ADVERSOS RELACIONADOS À SÍNDROME METABÓLICA PROVOCADOS POR OLANZAPINA E OUTROS ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS EM PACIENTES COM ESQUIZOFRENIA: REVISÃO SISTEMÁTICA

Resumo

INTRODUÇÃO: Os antipsicóticos de segunda geração, conhecidos como atípicos (AAPs), são comumente utilizados no manejo inicial da esquizofrenia e agem no antagonismo dos receptores de dopamina, alvo terapêutico da doença. Os AAPs desempenham uma melhoria nos sintomas e redução dos efeitos extrapiramidais, no entanto, alguns AAPs, em especial a olanzapina (OLP), podem estar associados a uma gama de efeitos colaterais, como ganho de peso, distúrbios no metabolismo da glicose, aumento dos níveis de lipídios e calcificação aórtica. OBJETIVO: Analisar e sintetizar a literatura a fim de explorar efeitos adversos relacionados à síndrome metabólica provocados pelos AAPs, com ênfase na OLP, em pacientes com esquizofrenia. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão sistemática conforme diretrizes PRISMA. Os bancos de dados científicos utilizados foram PubMed e Scielo. Os critérios de inclusão foram definidos como estudos originais publicados entre 2000 e 2024 que atendessem ao objetivo desta revisão, utilizando como descritores: olanzapina, síndrome metabólica, risco cardiovascular, antipsicóticos atípicos e esquizofrenia. A análise gerou um total de 4.965 artigos e, após critérios de inclusão e exclusão (casos e ensaios clínicos, abordagem de efeitos extrapiramidais), 21 estudos foram selecionados (figura 1). RESULTADOS: Os AAPs, incluindo a OLP, exercem sua ação como antagonistas de diversos receptores, como receptores de dopamina D1, D2, D4, 5-HT2A, 5-HT2C, H1, α1-adrenérgicos e muscarínicos, relacionados ao aumento da fome e, consequentemente, do peso. O uso crônico resulta em hiperleptinemia, hiperfagia, redução na termogênese e acúmulo de gordura. Devido à desregulação do metabolismo lipídico, a OLP está associada a um aumento de aproximadamente 5X do risco cardiovascular (RCV) quando comparada ao não uso de antipsicóticos. A OLP também foi associada à maior prevalência de hiperglicemia, pela afinidade por receptores adrenérgicos e 5-HT2, ao aumento da frequência cardíaca, devido a alterações no sistema nervoso autônomo em receptores colinérgicos e muscarínicos do nó sinoatrial, e ao aumento do risco de calcificação aórtica. Além disso, maiores concentrações plasmáticas de OLP, mais comuns em mulheres, evidenciaram maior associação à distúrbios metabólicos. CONCLUSÃO: O uso de OLP e outros AAPs na esquizofrenia associa-se ao aumento da fome e peso corporal, gerando maior risco de distúrbios metabólicos e, consequentemente, aumento do RCV, principalmente em mulheres.

Palavras Chave

Olanzapina; Síndrome Metabólica; Esquizofrenia

Arquivos

Área

ATEROSCLEROSE / FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES / PREVENÇÃO CARDIOVASCULAR

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

ISABELLA BERTOTTI GONÇALVES, CAROLINA DONAIRE, GIULIA CAMPOS SANTOS, PAULA ASSIS QUEIROZ, LEONARDO ALVES GARCIA