Dados do Trabalho

Título

ÓBITOS POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO BRASIL: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DOS CASOS ENTRE OS PERÍODOS ANTES E APÓS A PUBLICAÇÃO DA DIRETRIZ DE 2020 DA AMERICAN HEART ASSOCIATION

Resumo

INTRODUÇÃO: O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), também conhecido como ataque cardíaco, é uma doença cardíaca coronariana de origem multifatorial que tem importante impacto no óbito por doenças cardiovasculares. A American Heart Association (AHA) fornece uma série de recomendações médicas para a prevenção dessa patologia, como o controle da pressão arterial, do colesterol, da glicemia, a manutenção de uma dieta saudável e a prática regular de exercícios físicos. OBJETIVOS: Analisar quantitativamente os óbitos por Infarto Agudo do Miocárdio, comparando os períodos antes e após a publicação da Diretriz de 2020 da American Heart Association. METODOLOGIA: Pesquisa observacional, descritiva, transversal e quantitativa, baseada nos dados obtidos do Banco Eletrônico de Dados do Sistema Único de Saúde, referentes aos óbitos causados por IAM nos períodos pré e pós publicação da Diretriz em questão entre os anos de 2017 e 2022 no Brasil. Foram verificadas as variáveis: cor/raça, ano de acontecimento do óbito e total de óbitos. RESULTADOS: Após análise dos óbitos nos anos antecedentes à publicação da Diretriz, notou-se uma progressão de 0,05% (n=93) ao comparar o período entre 2017-2018 e 2019-2020. Após a publicação em 20 de outubro de 2020, observou-se que, entre 2021 e 2022, houve um aumento ainda mais expressivo, de 4,19% (n=7809), nos dados referentes a IAM no país em relação ao biênio 2019-2020. Além disso, em todas as regiões demonstrou-se uma ampla disparidade percentual entre as caracterizações por cor/raça no país antes e após a diretriz, em que as pessoas brancas representam a metade do percentual de atingidos, representado em média aritmética por 51,86% entre 2019-2022, no entanto foram os únicos a terem queda relativa entre o período, sendo que todas as demais raças abrangidas na pesquisa tiveram um crescimento importante. CONCLUSÃO: Portanto, observou-se que após a publicação da Diretriz, em 2020, a qual visa direcionar e padronizar a sequência de atendimento para diminuir a mortalidade, o número de óbitos por IAM, contraditoriamente, evoluiu. Isso reflete a negligência do serviço médico intra e extra hospitalar e a resistência desse grupo às atualizações médicas, visto que, se houvesse seguimento correto do padrão de atendimento estabelecido pela AHA, o cenário seria o oposto. Logo, cabe ao Ministério da Saúde implementar medidas que objetivem a evolução da medicina brasileira para, então, beneficiar a sociedade.

Palavras Chave

Infarto Agudo do Miocárdio; Óbitos; Epidemiologia