Dados do Trabalho


Título

Portadora de Miocardiopatia Hipertrófica em uso de cardiodesfibrilador apresentado taquiarritmias durante a gestação – Relato de caso

Resumo

INTRODUÇÃO
A miocardiopatia hipertrófica (MH) é uma doença cardíaca origem genética, ocorre mutação autossômica dominante em genes codificam proteínas dos sarcômeros cardíacos. Prevalência 1:500 indivíduos, desses 5-10% desenvolvem complicações e o cardiodesfibrilador implantável (CDI) pode ser indicado prevenir morte súbita.
Apresento um caso de MH em gestante portadora CDI. Destacando a complexidade clínica e as considerações especiais necessárias para gerenciar com segurança essa condição durante a gravidez, visando o bem-estar materno e fetal.
RELATO DE CASO
Paciente S.S.S., 18 anos, feminina, caucasiana, profissão do lar, estando em uma união estável e gestante de 22 semanas. Portadora de MH sabidamente desde os 14 anos de idade, quando na ocasião foi diagnosticada após um episódio de parada cardiorrespiratória em ritmo chocável (fibrilação ventricular). Nega tabagismo ou uso de álcool, desconhece alergias, segue uso de Atenolol 50mg 12/12 horas, Verapamil 80mg 12/12 horas e Amiodarona 200mg/dia.
Procura atendimento na origem por episódio de batedeira do peito, acompanhado de forte dor na região anterior do tórax, desencadeando perda da consciência e queda da própria altura. Relata que após recuperar nível de consciência apresentou dores abdominais e sensação de barriga dura. Paciente foi transferida para instituição de maior especialidade para conduta e manejo.
Paciente durante o internamento realizou exames como eletrocardiograma e ecodopplercardiograma com o seguinte laudo: hipertrofia septal assimétrica, septo interventricular de 30mm, dimensões internas normais, sem alterações de contratilidade. Regurgitação mitral leve, imagem a seguir do exame descrito:
No Holter de 24 horas apresentou episódios de taquiarritmias ventricular e documentado o choque do CDI de 35J em 03 episódios dentro de 24 horas.
Abordado em conjunto com a equipe da obstetrícia, sobre a indicação de interrupção da gestação, paciente se negou a realizar e optou por manter a gestação.
Ajustado as medicações por via oral com Amiodarona 200mg 12/12horas e Metoprolol 50mg12/12horas, orientada sobre as possíveis complicações do uso das medicações durante a gestação.
Gestação foi mantida até a 34° semana, onde foi realizado corticoterapia para maturação pulmonar e induzido a parto normal após 24 horas.
CONCLUSÃO
Em caso de gestante com miocardiopatia hipertrófica em uso CDI, são demandados cuidados multidisciplinares para garantir estabilidade cardíaca e resultados obstétricos favoráveis.

Palavras Chave

Miocardiopatia Hipertrofia; Taquicardia ventricular; Cardiodesfibrilador

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA DA MULHER

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

NAYARA PRAVATO MAZIERO, THAMMY LETHICIA DE SOUSA SILVEIRA, DAYANE BURGARDT BERTOLO, FÁBIO OSCAR DOMBOROVSKI GONÇALVES, MARCOS AURELIO RODRIGUES DOS SANTOS, DALTON BERTOLIM PRECOMA, CARLOS ALBERTO KENJI NAKASHIMA